Cerca de um em cada três brasileiros (31%) está disposto a pagar mais por produtos fabricados de maneira ambientalmente correta – com baixa emissão de poluentes e resíduos. Ao mesmo tempo, 36% pagariam mais caro por alimentos orgânicos e 37% pagariam mais caro por produtos de origem animal que minimizem o sofrimento animal e permitam que eles vivam de maneira mais próxima do natural. Os dados integram o último recorte de pesquisas sobre hábitos de consumo da população, produzido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Os brasileiros também têm o hábito de punir com boicotes empresas que apresentam comportamentos dos quais eles discordam, como violação de direitos trabalhistas, crises ambientais e qualquer forma de discriminação. A pesquisa revela que 62% da população já boicotou marcas e empresas por ao menos uma dessas razões.

Entre 2013 e 2019, o percentual de brasileiros que separa o lixo para reciclagem em suas casas e que descarta os aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos velhos de forma correta passou de 47% para 55%, indicando maior consciência na disposição de resíduos. Os produtos mais separados são plásticos e garrafas pet (79%).

O levantamento também aponta que 38% dos brasileiros estão preocupados com os impactos da produção sobre o meio ambiente. No entanto, 58% raramente ou nunca verifica a forma de produção de um bem antes de comprá-lo. Entre os que sempre verificam se o produto é ambientalmente correto, 49% estão dispostos a pagar pelo menos um pouco mais caro, percentual que diminui para 41% entre os que verificam às vezes, 28% entre os que verificam raramente, e 21% entre os que dizem nunca verificar.

Segundo o levantamento, quanto maior o grau de instrução e a renda, maior a disposição de checar como um artigo é produzido. A pesquisa foi realizada com duas mil pessoas, em 126 municípios. O período de coleta foi de 19 a 22 de setembro de 2019.

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