Embale Certo

Exportação de embalagem

Janeiro/Fevereiro 2019

Antonio Celso da Silva

colunistas@tecnopress-editora.com.br

Antonio Celso da Silva

E aqui estamos nós novamente, com as esperanças renovadas para esse novo ano. Carnaval só em março e, tirando a catástrofe de Brumadinho, que monopoliza a mídia, parece que o país recomeça acelerado, buscando retomar os níveis de crescimento dos bons tempos em que a política não interferia tanto nas atividades da indústria e, consequentemente, no bolso do consumidor.

Com isso, retomamos também as esperanças de boas exportações, nas quais a embalagem, embora não represente muito frente a outros produtos que exportamos, tem boas perspectivas, principalmente a cartonagem, em que somos realmente bons. Precisamos apenas ser competitivos.

Exportar embalagem requer cuidados específi cos, que muitos desconhecem, pois as exigências variam de comunidade para comunidade, chegando, por exemplo, ao detalhe de cair em uma armadilha se exportar para a China e usar o branco como apelo de embalagem clean. Diferentemente do que acontece em outras comunidades, na China o branco representa luto. Não que não se deva usar o branco, porém é preciso antes avaliar as consequências.

Com esse exemplo, já percebemos que não basta conhecer e entender a legislação de cada país. É preciso antes de tudo conhecer os costumes e a cultura desse povo, que, para nós, podem parecer estranhos, mas para eles é normal.

A preocupação com a embalagem a ser exportada passa também pelos riscos durante o trajeto, normalmente feito em navios. Embora o tempo desse transporte seja maior, o custo é bem menor se comparado ao aéreo. Com isso, cada tipo ou família de embalagem requer um cuidado específico.

Se for uma embalagem primária, os cuidados com a contaminação interna devem ser redobrados. O uso de saco plástico fechado contendo as embalagens de boca para baixo e dentro de caixas de embarque reforçadas é fundamental.

Por falar em caixas de embarque, essas merecem atenção especial e devem resistir a empilhamentos maiores, sendo os testes de resistência de coluna muito importantes para não correr o risco de danificar o seu conteúdo ao longo do trajeto da viagem, recheada de grandes solavancos.

Com a embalagem secundária, vem a obrigatoriedade de o texto ser na língua do país de destino e também a necessidade de obedecer a legislação das agências regulatórias locais para cada tipo de produto, por exemplo, no que diz respeito ao uso de ativos, preservantes etc. Muitas matérias-primas permitidas no Brasil são proibidas em outros países.

Uma atenção especial também precisa ser dada ao design da embalagem, pois o que pode ser considerado bonito e atraente no Brasil nem sempre segue a mesma regra em outros países, podendo “matar” o produto.

Com relação às normas ambientais, é mandatório que
as embalagens cartonadas tenham as devidas certificações, pois têm nos recursos florestais sua fonte primária. A principal certificação é o FSC (Forest Stewardship Council).

Um recurso muito usado na exportação de carga, que vale também para embalagens e deve ser considerado, é a unitização, que na verdade é uma unidade com dimensões padronizadas que facilita o armazenamento e a movimentação da carga de maneira mecanizada, comum nos portos. Não se trata de algo específico para embalagens e também não é uma embalagem, mas funciona como um bom acessório para o transporte.

É preciso ter os cuidados aqui abordados quanto à embalagem que estará na mão do consumidor final, mas não menos importante é considerar e adequar corretamente a que vai ser responsável pelo transporte.

Normalmente, as exigências de cada importador são listadas e fazem parte de um contrato. É importante ter pleno conhecimento dessas exigências, aceitá-las e cumpri-las. Caso não estejam definidas, procure conhecer as normas e os padrões internacionais, mas, acima de tudo, os costumes e a cultura do país de destino, suas exigências e as leis específicas desse país no que diz respeito a embalagens para cosméticos.

No Brasil, são poucas essas normas, mas dependendo do país, o desconhecimento do exportador pode inviabilizar uma exportação de embalagem e um negócio.

Listamos aqui apenas alguns cuidados preventivos na exportação de embalagem. Aconselhamos o exportador de primeira viagem a procurar as empresas especializadas para orientá-lo de modo que ele possa explorar o mundo lá fora, cheio de oportunidades.



Outros Colunistas:

Deixe seu comentário

código captcha

Seja o Primeiro a comentar

Novos Produtos