Tricologia

Tricologia Halal

Maio/Junho 2018

Valcinir Bedin

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Valcinir Bedin

A religião muçulmana agrega em torno de 1,5 bilhões de pessoas espalhadas pelo planeta. São aproximadamente 25% de habitantes que seguem as recomendações ditadas por esta orientação, e, como hoje temos uma aldeia global onde as trocas são gerais e imediatas, é necessário que se conheça o que ela indica na nossa área de trabalho.

O termo Halal (em árabe, “permitido, autorizado”) se refere, no islamismo, a comportamentos, formas de vestir e de falar e alimentos que são permitidos pela religião, sendo o seu antônimo haram. Neste grupo de serviços, entram também os cosméticos para a pele e para os cabelos.

Geralmente no islã, cada objeto e ação são considerados permitidos a menos que exista uma proibição nas escrituras islâmicas. O termo é habitualmente usado nos países não islâmicos para se referir aos alimentos autorizados de acordo com a Sharia, ou lei islâmica.

Alimentos Halal são aqueles que os muçulmanos podem comer e beber segundo a lei islâmica da Sharia. Este critério especifica como os alimentos podem ser consumidos e como devem ser preparados. As fontes para determinar se uma comida ou bebida é autorizada no islã são o Alcorão, as tradições do profeta (hadith) e as formulações dos juristas. No Alcorão, pelo menos 24 versículos referem-se a prescrições no domínio alimentar.

Algumas das interdições alimentares do islã coincidem com as da lei judaica.

As carnes proibidas pelo islã são as de porco, das aves de rapina, do cão, da serpente e do macaco. O consumo de animais com garras, como leões e ursos, é proibido, bem como de animais considerados repulsivos (baratas, moscas etc.).

O sangue dos animais não deve ser consumido. Em contrapartida, todos os peixes são autorizados. No que diz respeito às bebidas, estão proibidas as que contenham álcool, como o vinho e a cerveja, pois considera-se que alteram a consciência do ser humano.

O abate só pode ser realizado por muçulmanos e, a frase “Em nome de Alá, o mais bondoso, o mais Misericordioso” deve ser dita antes do abate.

A caça está autorizada no islã, porém deve-se declarar a bismillah (“Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso”) ao atingir o animal. Os animais sacrificados a outros deuses não devem ser consumidos.

Uma falsa impressão que pode ocorrer para muitas pessoas é que, no mundo muçulmano, não há espaço para cosméticos e que especialmente as mulheres desta religião não os consomem.

Existe aí um engano muito grande. Apesar da indumentária de países rígidos na religião, como a Indonésia, por exemplo, as mulheres consomem cosméticos como qualquer pessoa de outras crenças religiosas. Em que pese que o corpo não seja mostrado em público tanto quanto é permitido em outras religiões, a utilização de produtos para pele e cabelos vem crescendo muito dentro destes países.

As mulheres muçulmanas, assim como as de outras religiões, têm nos cabelos uma fonte de sensualidade muito grande, e o uso de produtos hair care é muito intenso.

Shampoos, condicionadores, finalizadores, alisantes e outros aparecem nos toucadores dessas mulheres. O que seria então um produto cosmético Halal? Ele teria que ter confirmados todos os ingredientes, as matérias-primas e os insumos como tendo origem Halal, bem como as normas de fabricação dos produtos finais teriam que ser avaliadas e consideradas permitidas.

Estes procedimentos devem ser certificados por agências autorizadas pela autoridade religiosa local, que emite um certificado de origem Halal para todas as etapas do processo de fabricação do medicamento ou cosmético.

No Brasil temos, não oficialmente, entre 800 mil e 1,5 milhão de adeptos desta religião.

Este número não parece muito alvissareiro quando falamos do mercado de produtos para cabelo, mas convém lembrar que o Brasil é um país exportador tanto de produtos quanto de tecnologias nesta área.

Sabemos que hoje há empresas brasileiras exportando para países como Egito, Arábia Saudita e Marrocos, mas o mundo muçulmano é muito maior e está aguardando estes produtos.

O conselho que damos é que cada empresa brasileira do setor procure saber qual é o caminho para a certificação Halal, o que não é muito complicado ou difícil, e se prepare para se abrir a este mercado.



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