Boas Práticas

Inteligência artificial e qualidade

Março/Abril 2018

Carlos Alberto Trevisan

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Carlos Alberto Trevisan

As tecnologias de inteligência artificial estão para nossos dias como as redes sociais se apresentavam no ano 2000. O futuro indica que todas as empresas terão que utilizá-las se quiserem permanecer no mercado.

O prezado leitor deve, com certeza, já ter ouvido falar na indústria 4.0, que tem por embasamento a inteligência artificial.

Quando iniciei minhas pesquisas sobre os conceitos da indústria 4.0, verifi quei que todos os processos envolvidos nesta estavam fortemente relacionados à existência de um processo de qualidade total na empresa.

E qual é a razão para tal fato?

A indústria 4.0 aplica os mais variados processos e sistemas interligados. O propósito disso é agilizar e atuar de modo seguro no atendimento dos objetivos, em alguns casos, conectando clientes e fornecedores da empresa. Nessa conexão, as informações estão baseadas na existência de dados confiáveis sem que ocorra a necessidade de retrabalhos ou ajustes, provenientes de não conformidades.

Como em qualquer processo da qualidade, a participação do elemento humano tem papel fundamental, especialmente quanto ao comprometimento com esse processo.

Uma das questões que me tem sido apresentada é se os seres humanos serão substituídos por máquinas.

A resposta é que, obviamente, algumas atividades serão extintas ou substituídas, mas o tempo que se passará para que isso ocorra vai depender da solução de problemas atualmente existentes, relativos ao desenvolvimento dos processos de interação de sistemas. Por exemplo: adequar o planejamento e a programação da produção com base nas informações provenientes das vendas, em tempo real. Já dá para imaginar a economia que será gerada com isso no processo, com a redução de falhas, a redução de perdas, a eliminação de produtos obsoletos etc.

Feitas essas breves considerações, o prezado leitor ainda pode estar curioso quanto ao impacto da qualidade nesse processo de transformação.

Repito que, para que esse processo funcione, na empresa não deve existir desvio de informações nem registros operacionais que não espelhem a realidade, ou seja, não devem existir os conhecidos quebra–galhos.

O conceito de qualidade tem que estar implantado efetivamente e incorporado por todos os setores da organização, em todos os níveis, e ser praticado por todos os colaboradores. Caso contrário, esforços e investimentos serão perdidos.

Devemos lembrar cada vez mais do conceito de machine learning, ou seja, que as máquinas aprendem com a reprodutibilidade dos processos, os quais serão executados milhares de vezes, sem a possibilidade de falhas, como ocorre atualmente com as operações controladas por humanos.

Outra consideração a ser feita é que, a partir de agora, a alta direção não terá alternativa, a não ser optar por fazer essa transformação. Se ela não o fizer, com certeza vai constatar que ficou anos-luz atrás de seus principais concorrentes.

O medo de que a informática é somente para iniciados, vai gradualmente sendo superado.



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