Tricologia

Maquiagem capilar

Setembro/Outubro 2017

Valcinir Bedin

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Valcinir Bedin

Quando ouvimos falar em “maquiagem capilar,” vêm a nossa mente uma série de suposições. Seriam todos os produtos usados nos cabelos um tipo de maquiagem capilar, uma vez que não alteram a estrutura dos fios nem interagem na produção de células ou estimulam alterações fi siológicas que, eventualmente, podem mudar o curso normal dos fatos.

Quando se pensa em maquiagem (a não ser aquelas artísticas, cujo objetivo é alterar a aparência de um ator ou uma atriz para que se pareçam mais velhos ou mais jovens ou até mesmo monstruosos), pensa-se em algo que melhore a forma como vemos os outros.

Desta forma, a maquiagem precisa ser sempre pensada como algo que não pode ser exagerado, pesado ou inadequado, buscando sempre corrigir defeitos ou realçar qualidades. Isso também ocorre quando falamos de maquiagem capilar.

Vamos voltar ao dicionário e rever o significado da palavra maquiagem:

Maquiagem. Nome feminino. Ato ou efeito de aplicar cosméticos na face para embelezar ou para alterar sua aparência.

Conjunto dos cosméticos usados para maquiar. Como sabemos, o termo cosmético é dado a um produto ou conjunto de produtos que atuam sobre a pele de uma pessoa com o caráter de embelezamento ou proteção sem, contudo, alterar suas capacidades anatômicas ou fisiológicas.

Isto posto, chegamos à definição fina de maquiagem capilar, que seria, portanto, um ato ou um conjunto de cosméticos usados para alterar a aparência ou embelezar os cabelos.

Poderíamos pensar, de acordo com nossas defi nições, que uma tintura capilar estaria dentro dessa designação, assim como os géis capilares, os mousses e qualquer outro tipo de produto que fosse usado topicamente nos cabelos ou no couro cabeludo.

Na prática, esta denominação é usada mais para identificar produtos ou sistemas que tenham o objetivo de mascarar problemas capilares mais sérios, como a calvície ou outra perda dos fios.

Como a ideia é dar a impressão de que o usuário do produto tem mais cabelo, o objetivo da maquiagem capilar é fazer parecer que há naquela cabeça mais fios do que realmente existem. E fazer isso é o trabalho dos formuladores e dos técnicos dos departamentos de pesquisa e desenvolvimento das indústrias.

Hoje, o que temos são produtos acondicionados em forma de spray ou de pós. Os sprays tingem e engrossam os fios existentes, enquanto os pós dão uma impressão de mais volume nos fios tipo penugem, característicos dos quadros de rarefação capilar.

Os produtos em forma de spray normalmente contêm um agente colorante e outro espessante, que, quando aplicados nos fios, devem dar a eles um aspecto mais espesso na cor escolhida. Devem ser aplicados a uma distância correta dos fios (normalmente 15 cm) para que cubram apenas estes e não manchem o couro cabeludo.

Já os produtos em pó são compostos por um material fibroso transformado em pó, que tem uma atração eletrostática pelos fi os, aderindo a eles e dando um aspecto mais grosso.

Não é preciso dizer que, em ambos os casos, deve existir uma boa quantidade de pelos tipo velus (penugem) para que o resultado seja satisfatório e que, como qualquer maquiagem, esta é feita para durar por um tempo limitado.

Ainda não temos no mercado uma maquiagem especial
para a falta de cabelos, mesmo que parcial, que possa disfarçar esta condição que muito afeta homens e mulheres.

Não me parece uma tarefa fácil tentar mimetizar os fios de cabelo. Uma alternativa é a maquiagem definitiva, que é, na verdade, uma forma de tatuagem, em que um pigmento químico é colocado na derme do indivíduo com o auxílio de um aparelho que contém uma agulha e faz um desenho na pele.

O problema é que este tipo de procedimento, quando utilizado em uma grande área, deixa muito a desejar no quesito naturalidade. Se, de longe, parecem fios, de perto parecem muito artificiais e fica muito claro que se trata de uma tatuagem.

O que penso é que os formuladores deveriam já ter pesquisado e desenvolvido produtos com um pouco mais de capacidade resolutiva, mesmo dentro da categoria cosméticos. Seriam produtos que durariam mais (uma semana talvez), resistentes à água (para não sair na chuva ou no banho, por exemplo) e capazes de mimetizar a natureza dos fios, dando sempre um aspecto natural, que é o que se espera de uma maquiagem feita para o dia a dia.



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