Embale Certo

Embalagens para todos os tipos de desodorantes

Janeiro/Fevereiro 2016

Antonio Celso da Silva

colunistas@tecnopress-editora.com.br

Antonio Celso da Silva

Comprar um desodorante em um passado não tão distante era relativamente fácil, considerando-se as poucas marcas que existiam. Bastava entrar em uma farmácia (que era o principal canal de venda) e pedir um Mistral, Van Ness ou talvez o moderno Avanço, superinvestimento da poderosa Gillette. As opções de tipo eram spray ou em bastão. Chamava-se spray porque o jato saía no formato de uma névoa (spray). Hoje, normalmente chamamos esse tipo de embalagem sem válvula de squeeze.

Outras marcas, tais como Cashmere Bouquet, Alma de Flores, Phebo, Rastro e Senador, também apareciam, porém quase todas só estavam disponíveis na versão spray. Fino mesmo era o inigualável e perfumado desodorante Très Brut de Marchand - só para gente chique.

Para facilitar, muitos homens e mulheres usavam o ainda hoje vivo e revivido Leite de Colônia ou de Rosas.

Como os tempos mudaram! Atualmente o Brasil é líder de consumo nesse segmento no mundo. Somos um país de desodorizados e cheirosos.

Hoje o universo de marcas, tipos e apresentações é de fazer qualquer um ficar um bom tempo na frente da gôndola de um supermercado (principal canal de venda) provando e escolhendo o que levar ou experimentar.

Saímos do simples spray ou bastão, para opções como roll-on, aerossol, creme com e sem cheiro e stick. Hoje temos opções de tempo de proteção, antitranspirantes, antiperspirantes, secos, aerossóis/pós etc. Tem até um produto que libera proteção à medida que aumentamos o movimento dos braços (preservantes encapsulados).

O que pouco mudou foi o material de embalagem para esses produtos. O bom e velho PEBD (polietileno de baixa densidade) ainda impera no decadente desodorante spray/squeeze.

Nas versões em stick, roll-on e em creme também predomina o polietileno, porém de alta densidade (PEAD).

O alumínio domina o universo dos produtos em aerossol.

O conjunto de embalagens para um desodorante squeeze se resume a um frasco plástico, pescante e tampa. Essa embalagem não permite a aplicação de rótulo, pela fina espessura da sua parede e também pelo fato de que precisa ser bem flexível para expulsar o produto, o que, com o tempo, faria o rótulo aos poucos se soltar. O correto então é optar pela gravação. E, quando se fala em gravação, é muito importante lembrar que a flambagem da embalagem é etapa obrigatória. Ela faz abrir os “poros” do material da embalagem, facilitando a entrada e permanência da tinta, evitando que ela se solte com facilidade.

O teste que avalia essa boa impregnação da tinta chama-se scott test, que é muito conhecido pelos embalageiros técnicos.

Existem também os desodorantes em spray, nos quais é usada uma válvula no lugar do pescante. Essa válvula pode ser de rosca ou recrave, dependendo da espessura e rigidez do gargalo. O uso de válvula requer um frasco com material de embalagem com maior densidade, que pode ser um PEAD ou mesmo PET, além do próprio vidro. Nesse caso, o rótulo ou um sleeve podem ser usados no lugar da gravação.

Ainda tem quem goste dos desodorantes em creme, que se resumem a um pote de PEAD e uma tampa de PP (polipropileno). Para o texto pode ser usada a gravação ou o rótulo. No caso do rótulo, uns preferem um rótulo único e outros optam por dois rótulos - um na frente e outro no verso -, o que não é aconselhável, pois implica mais mão de obra operacional ou equipamento de aplicação bem específico com dois cabeçotes.

Também muito apreciado é o chamado roll-on, composto por um frasco em PEAD, tampa em PP e a esfera própria para esse tipo de produto. Quanto à escolha de rótulo ou gravação, fica “a gosto do freguês”. Um cuidado especial deve ser tomado com a viscosidade desse produto, pois, se for muito baixa, ele pode vazar pela minúscula abertura entre a boca do gargalo e a esfera. E, se for muito alta, a esfera não vai rolar e o produto não sairá.

O desodorante antes conhecido como bastão (hoje stick) requer um frasco com um elevador, acionado pela extremidade inferior. Uma proteção sobre o produto e sob a tampa é usada para evitar a evaporação. Tanto faz optar por rótulo ou gravação.

Por fim, o que vem ganhando cada vez mais adeptos tanto do sexo masculino quanto do feminino é o desodorante aerossol, formado por tubo de alumínio, válvula recravada e tampa. Gravação em vez de rótulo é quase uma obrigatoriedade, se bem que vem vindo por aí o sleeve para esse tipo de embalagem. Pode ser uma nova moda. Por uma questão de legislação, foi proibido o gás CFC (clorofluorcarbono), de modo que hoje só se utiliza o GLP (gás liquefeito de petróleo), que não tem cheiro. É importante lembrar sempre que o cheiro do GLP de cozinha é propositadamente adicionado para evidenciar vazamentos.

Enfim, em um universo de tantas opções e variedades, só nos resta escolher a marca, o tipo, o mais eficaz, o mais duradouro e o melhor perfume. Tudo isso aliado a um precinho convidativo.

Caso contrário, reserve um bom tempo para passear em frente à gôndola procurando tudo isso em um só produto.



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Excelente matéria.

por Ana 01/09/2019 - 05:54

Com relação ao seu elogio sobre a matéria. Muito obrigado Grande abraço Antonio Celso

por Antonio Celso 29/01/2020 - 19:51

Boa tarde! Desejo comprar embalagens completa para perfumes e desodorantes.

por Moacir Almeida Rocha 19/08/2023 - 17:17

Celso, como é bom saber que vc está firme e forte. Saiba que foi um prazer trabalhar com vc.

por Marcos Antonio Brevileri 11/05/2022 - 10:42

Gostei muito de ler. Muito bem escrita e por quem entende do assunto!

por João Francisco Pinto Lucas 31/10/2020 - 01:49

Me surpreendeu, nenhum comentário sobre o impacto dessas embalagens ou o quanto são poluentes e antiquadas.

por Mateus Bittencourt 20/06/2021 - 23:23

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