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Aproveitando um dos temas dessa edição, que aborda a rotulagem dos produtos cosméticos sob a ótica da Anvisa, é interessante ver o outro lado desse assunto, que será o foco desta coluna: as embalagens.
Considerando as embalagens primárias e secundárias, obviamente a preocupação maior é com a primária, aquela que entra em contato direto com o produto.
Na embalagem secundária, o cartucho é normalmente o mais comum e, para essa embalagem, temos uma oferta que não nos deixa nada a dever a nenhum outro país, mesmo aqueles dois que estão na nossa frente em consumo de cosméticos.
Pensando então na primária, qual seria a melhor maneira de informar nessa embalagem tudo que os órgãos legais exigem, além das não raras viagens fantásticas que os departamentos de marketing insistem em querer explorar?
Qual o melhor caminho, o mais econômico, o menos trabalhoso e o mais rápido?
Podemos dividir essas maneiras de expressar as informações em três grandes caminhos:
Rótulos: podem ser autoadesivos ou não, em papel ou plástico. Os mais usados são os autoadesivos em BOPP (polipropileno biorientado).
Se a opção for por rótulo, a primeira preocupação deve ser achar um bom fornecedor e no perfil de quantidade e qualidade que a sua empresa deseja. Vencida essa primeira etapa, vem a preocupação com a área útil da embalagem disponível para rotular, seu formato, seus contornos etc.
Tão importante quanto essas duas etapas é saber se a empresa tem equipamento para rotulagem e lembrar que rotuladora para embalagem plana normalmente não rotula embalagem cilíndrica.
Geralmente, passa despercebido outro possível problema que acontece no ponto de venda, que diz respeito ao tipo de adesivo usado no rótulo. Ele não é produzido pela gráfica que faz o rótulo, mas esta deve conhecer e informar ao cliente qual o melhor adesivo a ser usado em função da superfície plástica da embalagem onde vai o rótulo.
A grande vantagem da opção rótulo é poder usar um mesmo frasco e diferentes modelos de rótulos para diferentes produtos, além da otimização de compra de embalagens primárias e de estoque.
Considerando que o rótulo é muito mais barato que o frasco, ganha-se em flexibilidade e agilidade de produção, minimizando o risco de faltar produto no caso de um aumento de vendas não esperado (o que anda um tanto difícil ultimamente).
Gravação: uma opção ao rótulo autoadesivo é a gravação direta no frasco, mais conhecida como serigrafia. Nesse caso, diferentemente dos rótulos, existem poucas opções de fornecedores, e destes, poucos têm boa qualidade.
Se a opção for gravação, alguns cuidados devem ser tomados, como, por exemplo, certificar-se de que o produto é compatível com a gravação. Para isso, são necessários testes prévios, de modo a não haver risco de ocorrerem surpresas no ponto de venda, tais como a perda da tinta.
Outro cuidado importante é checar se o fornecedor realmente faz a flambagem da embalagem antes de gravar. Isso na verdade é passo mandatório nesse processo, mas é importante visitar o fornecedor antes de fechar o negócio. A flambagem serve para abrir os “poros” da superfície plástica, de maneira a facilitar a penetração da tinta. Uma embalagem não flambada pode resultar no descascamento da gravação. Ela “solta na mão” depois de alguns manuseios. Isso pode ser previamente verificado no scotch test, feito no ato do recebimento do lote.
Uma das desvantagens da gravação é a perda de flexibilidade no caso de um aumento de venda, como explicado anteriormente. Como a gravação é feita previamente, a empresa pode ter estoque de uma versão do produto mas precisar de outra, no caso de embalagem semelhante. Também é uma desvantagem a limitação gráfica de cores e imagens. Para a produção, a grande vantagem é a redução de mão de obra, considerando que não precisa de equipamento e mão de obra para colocar as informações na embalagem.
Sleeve: esse é outro recurso, excelente quando há a necessidade de colocar imagens ou muitas cores. A grande preocupação no uso do sleeve é achar um bom fornecedor que consiga fazer com qualidade as distorções necessárias de acordo com o formato da embalagem.
Também é importante avaliar antes se a empresa possui o forno específico para fazer o termoencolhimento. O forno comum usado para shrink não é adequado para fazer sleeve.
Em resumo, cada sistema de informação na embalagem primária tem suas vantagens e desvantagens. Resta avaliar os prós e contras antes de efetivamente decidir por um ou outro sistema.
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