Boas Práticas

APPCC como Ferramenta para a Melhoria das BPFeC

Janeiro/Fevereiro 2015

Carlos Alberto Trevisan

colunistas@tecnopress-editora.com.br

Carlos Alberto Trevisan

O título desta coluna pode causar sensação de descrédito em algumas pessoas, pois, como se sabe, na indústria de HPPC (Higiene Pessoal, Perfumes e Cosméticos), algumas técnicas e alguns processos da qualidade são considerados impossíveis de implantar por causa da diversidade de produtos e das características das empresas.

Sabe-se que os órgãos de vigilância sanitária, cada vez mais, têm enfatizado a necessidade de que a segurança dos clientes seja a preocupação maior de todas as empresas.

Como é de conhecimento geral, as BPFeC (Boas Práticas de Fabricação e Controle) são a melhor ferramenta da Qualidade para possibilitar que, quando aplicadas de forma adequada, seja obtido o melhor nível de qualidade dos produtos. Adicionalmente, para que as BPFeC assegurem um nível de qualidade maior, há necessidade de utilizar o sistema APPCC (Análise de perigos e pontos críticos de controle), o qual possibilita obter maior confiança quanto à qualidade dos produtos.

Devo também ressaltar que as pequenas indústrias, ao implantar essa metodologia, podem oferecer produtos com melhores padrões de qualidade.

A implantação do APPCC tem por base aplicar princípios preventivos, proporcionando maior segurança na produção e no transporte dos produtos.

Para a implantação do APPCC deve ser adotada a seguinte metodologia:

• Criar uma equipe.
• Estabelecer a finalidade da análise.
• Elaborar o fluxograma.
• Verificar perigos e prevenção.
• Estabelecer pontos críticos de controle.
• Estabelecer os limites de criticidade.
• Elaborar ações preventivas.
• Criar a documentação do sistema.

Inicialmente devemos conhecer os insumos, do ponto de vista físico-químico, as embalagens e os processos envolvidos. Devemos também realizar uma avaliação física do local da operação. A identificação dos potenciais perigos de cada etapa do processo deve ser realizada pelos componentes da equipe, criando uma tabela na qual constem perigos e o grau de risco de cada um, fato que implica na classificação destes em críticos ou não.

Os controles que por ventura já existam e que possam ser aplicados devem ser considerados. Em algumas circunstâncias, é necessário fazer mais de um tipo de controle para possibilitar que determinado risco seja controlado.

Na indústria cosmética, os processos considerados críticos põem em risco a qualidade dos produtos. Não devemos deixar de considerar que a estocagem também, em alguns casos, pode constituir um ponto crítico, seja pela ação da temperatura e da umidade, seja pelo tipo de empilhamento e de arrumação empregados.

O APPCC não poderá ser efetivo se os processos não estiverem corretamente documentados, pois do procedimento decorre a perfeita compreensão de como cada etapa do processo se relaciona com a anterior e com a seguinte, e qual é o impacto de cada etapa na segurança do processo como um todo.

Eu poderia exemplificar citando o procedimento de limpeza e sanitização, que, se não for implantado objetivando a segurança da qualidade, poderá efetivamente ser um grande ponto crítico de controle.

O procedimento de pesagem também representa um ponto crítico de controle, pois qualquer não conformidade acarreta risco imediato para a qualidade do produto.

Devo ressaltar que os exemplos citados são apenas indicativos de alguns dos possíveis pontos críticos de controle, entre os inúmeros existentes nas empresas de HPPC, pois cada uma tem suas próprias características, as quais impactam diretamente no processo de avaliação de possíveis pontos críticos e de pontos críticos de controle.



Outros Colunistas:

Deixe seu comentário

código captcha

Seja o Primeiro a comentar

Novos Produtos