Embale Certo

Mercado brasileiro de embalagens para cosméticos

Março/Abril 2014

Antonio Celso da Silva

colunistas@tecnopress-editora.com.br

Antonio Celso da Silva

O mercado cosmético brasileiro não viveu um bom ano em 2013. A entidade representativa do setor divulgou resultados (ainda não oficiais) que se mostraram bem inferiores aos dos anos anteriores.

Por outro lado, vimos uma boa movimentação na indústria de embalagens para cosméticos, com a crescente procura por fabricantes de novos moldes e a grande quantidade de projetos recebidos pelo setor gráfico.

Como costumo fazer, minha abordagem será mais técnica e menos financeira ou mercadológica, refletindo o dia a dia da fábrica e o contato com fornecedores de embalagens e fabricantes de cosméticos.

Sabemos das peculiaridades das embalagens para cosméticos, ou seja, temos um forte foco no visual, normalmente elas são mais caras que o próprio produto. Por ser um objeto de desejo, um presente sempre esperado e, acima de tudo, uma importante ferramenta de vendas, costuma-se abusar de cores, brilhos, relevos e outros tantos detalhes que agregam valor às embalagens.

A indústria de embalagens para cosméticos tem pouca representatividade quando comparada à de embalagens para medicamentos, bebidas e alimentos.

Se falarmos em famílias de embalagens, o que percebemos é que duas delas se destacaram e cresceram muito nos últimos anos. A participação do plástico é a mais marcante na embalagem cosmética, e foi justamente essa família que apresentou, em 2013, as mais visíveis melhorias no que diz respeito a tecnologia, design, textura, formatos etc. É importante salientar que isso aconteceu com os plásticos soprados, que são muito diferentes dos injetados.

Novas empresas foram criadas, especialmente no segmento de PET e bisnagas, que até pouco tempo atrás eram um gargalo para a indústria cosmética. Poucas indústrias fabricavam frascos com a resina PET, além dos moldes e pré-formas com seus preços proibitivos. Hoje temos outra realidade para esse material, que tem como um de seus pontos fortes a possibilidade de sopro em moldes convencionais, além da grande variedade de cores que podem ser oferecidas em quantidades de compra bem menores que antigamente.

O mesmo aconteceu com as bisnagas. As novas fábricas e as que já existiam e investiram em novas tecnologias ajudaram a resolver o problema da falta dessa embalagem no País, que era crônico.

Outro segmento que melhora dia após dia é o setor gráfico, de papel cartão, cartonagem. É incrível como os criadores de produtos e embalagens da indústria cosmética podem ser tão inovadores nas maravilhosas opções de cartuchos, com suas inúmeras possibilidades de cores, vernizes, relevos, hot stamping de cores variadas, holografias, texturas, gofragens etc. Exatamente no aspecto em que mais precisamos melhorar – a embalagem secundária, isto é, a responsável pelo impulso da compra –, a indústria tem disponibilizado lindos “vestidos” para estes belíssimos corpos que são os produtos.

Se podemos nos orgulhar da indústria gráfi ca e dos plásticos soprados, o mesmo não vale para os injetados. Neste campo, a indústria nacional continua sofrendo e buscando alternativas lá fora. Esse é um tema que repetidas vezes abordo nessa coluna, e o foco é sempre o mesmo: a invasão dos asiáticos. Nesse caso, temos um belo vestido, que é a embalagem secundária (cartucho), mas em um corpo não tão bonito, que é a embalagem primária.

Também continuamos sofrendo com as poucas opções de embalagens de vidro brasileiras. Para esta família, com todas as dificuldades de logística, preço e tempo, entre outras, o mercado do País ainda precisa contar com a indústria estrangeira, principalmente no que diz respeito a seus perfumes.

O que nos conforta é que, tanto para os plásticos injetados quanto para os vidros, temos algumas empresas que fazem a importação, estocam e nos disponibilizam essas embalagens, que podem ser compradas nas quantidades que a pequena indústria de cosméticos precisa e pode comprar. É óbvio que não existe exclusividade nesses casos e, portanto, o diferencial precisa estar obrigatoriamente na decoração. Aliás, esse é outro grande problema do nosso mercado: a falta de bons decoradores de vidros e injetados. Os poucos que existem estão sempre com suas máquinas totalmente tomadas, sendo necessário fazer um bom planejamento para entrar na fila e ter o seu pedido atendido.

Em resumo, podemos dizer que, em 2013, a indústria brasileira de embalagens para cosméticos avançou, sim! Mas certamente poderia ter sido a passos mais largos, para tentar chegar mais perto dos concorrentes de fora.



Outros Colunistas:

Deixe seu comentário

código captcha

Seja o Primeiro a comentar

Novos Produtos