Embale Certo

Caixa de embarque também é embalagem

Janeiro/Fevereiro 2014

Antonio Celso da Silva

colunistas@tecnopress-editora.com.br

Antonio Celso da Silva

Finalmente, 2014! De novo procuramos esquecer, mesmo sendo difícil, tudo o que aconteceu ou não aconteceu no ano anterior. Apesar de todos os indicativos de que 2014 será pior que 2013, somos brasileiros e não desistimos nunca!

Para começar bem o ano, vou abordar um assunto que não raro vejo sendo tratado em um segundo, terceiro ou talvez último plano na importância que têm as embalagens dentro das fábricas.

Muitas empresas não inspecionam caixas de embarque no recebimento, umas porque não têm um departamento de controle de qualidade de embalagem e não inspecionam nenhuma embalagem, outras porque entendem que caixas de embarque não são embalagens, portanto, recebem-nas e já as mandam diretamente para o estoque.

A caixa de embarque é uma embalagem e, como tal, deve passar pelos mesmos procedimentos de análise que qualquer outra embalagem.

Os testes visuais (atributos) passam pela avaliação da cor da caixa, da cor e da conferência do texto, dos eventuais amassados e manchas, da colagem etc.

Os testes dimensionais começam obviamente pelas dimensões da caixa, passando por uma avaliação de coluna (edge crush test), arrebentamento do ondulado (mullem) e compressão dinâmica, que é a avaliação da resistência da caixa como um todo, que pode ser feita com ou sem o produto. Não menos importante é avaliação de gramatura do papelão da caixa.

Que não nos esqueçamos: para fazer as avaliações, devemos considerar como padrão a especificação técnica da caixa, que necessariamente deve ter um desenho técnico com as medidas e as respectivas tolerâncias para cada teste.

É óbvio que todos esses testes mais específicos, e que requerem equipamentos também específicos, são feitos por poucas empresas, basicamente aquelas de grande porte que têm um controle de qualidade de embalagem bem estruturado e todos esses equipamentos (que não custam barato) disponíveis.

Além dos dados legais da empresa, uma caixa de embarque deve informar a quantidade máxima para o empilhamento de cada tipo de caixa, e ter as frases ou os conhecidos símbolos informando fragilidade (“Cuidado, frágil”), posicionamento (“Este lado para cima”) etc.

Um grande problema comum nas caixas de embarque é a sua violabilidade. Muitas reclamações chegam dos clientes dizendo terem percebido que a caixa foi violada ou que a quantidade veio a menos, mesmo sem a caixa ter sinais de violação.

Essa é uma questão que tira o sono dos responsáveis pela área de logística da empresa.

Para minimizar esse problema existem os sistemas de fechamento, uns mais, outros menos eficientes no que diz respeito à violabilidade. O sistema mais usado é a conhecida fita gomada, na qual algumas empresas colocam sua marca ou seu logotipo, com o objetivo de dificultar a reposição da fita caso a violação seja feita fora da empresa.

É sabido que uma das maneiras de retirar essa fita é umedecê-la aos poucos (normalmente com vapor). Com isso, ela sai e depois pode ser recolocada, sem deixar sinais de violação. Existem ainda outras maneiras de retirá-la e, por isso, existe um grande número de reclamações por parte de clientes.

Outra forma de fechar a caixa é usar as cintas arqueadas. Esse sistema é mais usado quando a caixa de embarque tem uma tampa. Ele é eficiente, dependendo das abas de fechamento da tampa, aliado a uma boa gramatura.

Também existe o fechamento pelo sistema hot melting ou cola quente. Considero esse um dos sistemas mais seguros, se levarmos em conta que, para uma pessoa descolar uma aba da caixa, ela acaba necessariamente delaminando a capa, deixando o ondulado à mostra. No caso de uso de cola quente é interessante informar que a caixa não deve ser recebida se houver sinais de violação. Aliás, essa é uma informação que deveria constar em todas as caixas de embarque.

É importante sempre avaliar a quantidade de caixas de embarque existentes na empresa. Já fi z alguns trabalhos cujo objetivo era avaliar as caixas de embarque como um todo, e descobri que a empresa tinha mais de 20 diferentes tamanhos de caixa. Concluído o trabalho, cheguei a três tamanhos, atendendo perfeitamente aos requisitos de armazenamento e transporte de todos os produtos da empresa.

Finalizando, não menos importante é o enchimento, realizado para melhor acomodar os produtos na caixa. Existem os proteps. Alguns destes são derivados de milho, ou seja, “uma beleza” para atrair roedores. Também podem ser de isopor ou de papéis amassados (haja papel). Os melhores enchimentos, em minha opinião, são os saquinhos de ar. Nesse caso, o fabricante da máquina de enchimento do saquinho coloca o equipamento em comodato e o cliente compra a bobina dele.

Diante do que coloquei aqui, pode-se concluir que realmente é preciso ver a caixa de embarque com outros olhos.



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