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Qual é a importância da embalagem primária e da secundária no processo de desenvolvimento de um produto? Existe tratamento diferenciado para uma ou para outra? Qual é a embalagem mais importante nesse processo?
Óbvio que, quando se fala do desenvolvimento do produto, é dada maior importância para a embalagem primária, pois esta entra em contato com o produto. Porém, a embalagem secundária, a que não entra diretamente em contato com o produto, não pode ser deixada de lado como se não existisse. No processo de desenvolvimento do produto deve haver interação entre o P&D de produtos e o P&D de embalagens.
Entende-se que embalagem primária são frascos, potes, bisnagas, flaconetes, sachets, válvulas etc.
Os sachets são um capítulo a parte, pois esse produto normalmente é desenvolvido pelo fabricante e os materiais que o compõe, em suas diversas camadas, são desenvolvidos pela empresa que faz o envase, sendo esta então responsável pela embalagem. (A fase do envase?) é uma fase do desenvolvimento na qual muitas empresas não fazem o teste de estabilidade produto/embalagem, que é necessário. Como consequência, problemas aparecem depois do produto estar envasado.
Precisamos sempre diferenciar o teste de estabilidade, que é a avaliação da estabilidade da formulação frente a diversas condições e temperaturas, simulando o produto no transporte, no ponto de venda, na casa do consumidor etc.
Para orientar como dever ser realizado o teste de estabilidade existe o já conhecido manual da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Já o teste de compatibilidade, embora seja feito nas mesmas condições que o de estabilidade, visa detectar possíveis problemas entre a formulação e a embalagem primária que vai conter o produto. Para o teste de compatibilidade não existe um manual da Anvisa e, embora seja necessário e obrigatório, não consta nas exigências da Anvisa para registrar ou notificar um produto.
A incompatibilidade entre a embalagem primária e o produto pode ser química ou física. A reação de uma matéria-prima do produto com o componente de composição de um polímero (plástico) em uma embalagem primária, por exemplo, é uma incompatibilidade química. Uma das mais conhecidas é a incompatibilidade entre o miristato ou palmitato de isopropila com o PS (poliestireno), material que compõe boa parte dos estojos de maquiagem. O resultado dessa incompatibilidade é notado por meio das rachaduras de uma tampa cristal de batom. Com o uso do batom, é inevitável o contato da tampa (PS) com a bala do batom, que contém o palmitato ou miristato de isopropila. Esse ingrediente confere maciez e deslizamento na aplicação do batom.
A incompatibilidade também pode ser física, como a migração do produto através dos “poros” de certos polímeros (plásticos) que compõem uma embalagem primária. Existem outras incompatibilidades físicas que são mais erros que propriamente incompatibilidades, mas ocorrem, como diâmetro interno do orifício de saída do produto em uma tampa, com a alta viscosidade do produto.
Para embalagens primárias e secundárias existem rotulagens obrigatórias gerais que fazem parte da RDC nº 211/2005, da Anvisa. Em razão da importância desse assunto nas embalagens, achei melhor transcrever a seguir, em uma tabela, o que diz essa obrigatoriedade. Assim a tabela pode ser consultada pelo pessoal que trabalha com embalagem, pois muitos desconhecem essa legislação.
Item Embalagem
1- Nome do produto e grupo/tipo a que pertence no caso de não estar implícito no nome primária e secundária
2-Marca primária e secundária
3- Número de registro do produto secundária
4- Lote ou partida primária
5- Prazo de validade secundária
6- Conteúdo secundária
7- País de origem secundária
8- Fabricante/importador titular secundária
9- Domicílio do fabricante/importador titular secundária
10- Modo de usar (se for o caso) primária ou secundária
11- Advertências e restrição de uso (se for o caso) primária e secundária
12- Rotulagem específica primária e secundária
13- Ingredientes/composição secundária
Observação: Muitas empresas colocam o prazo de validade também na embalagem primária.
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