Boas Práticas

Moldes para embalagens

Maio/Junho 2013

Antonio Celso da Silva

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Antonio Celso da Silva

Este texto tem o objetivo de mostrar as vantagens e desvantagens da aquisição de um molde, as facilidades e dificuldades, o melhor caminho e, acima de tudo, quando essa aquisição é necessária.

Primeiro, considero que nem todos sabem do que estou falando e, por isso, é necessário dizer que o molde é a ferramenta ou o equipamento por meio do qual se consegue fabricar uma peça de embalagem.
Por outro lado, para os especialistas em embalagens, principalmente as plásticas, os informes a seguir são parte do seu dia a dia, o “feijão com arroz” do seu trabalho.

Estou falando em embalagens plásticas que são, na verdade, o principal material usado para o acondicionamento de produtos cosméticos. Essas embalagens consistem em frascos, potes, tampas, bisnagas etc.

É importante reunir os moldes e os processos de fabricação das embalagens em duas categorias principais: sopro e injeção.

O molde no qual é realizado o processo de injeção serve para fabricar ou injetar peças rígidas, como tampas e estojos de maquiagem. É um molde relativamente caro, se comparado ao molde de sopro, e sua confecção é muito demorada.

Nesse processo, a máquina (injetora) mistura o componente plástico (polímero), é aquecida em determinada temperatura?), e na forma líquida injeta na cavidade ou nas cavidades do molde. Após passar por um processo de resfriamento, o material plástico endurece, tomando a forma da cavidade do molde. A injetora expele a peça, que vem acompanhada de excessos (galhos). Estes devem ser retirados e são, na maioria das vezes, reaproveitados, retornando ao início do processo como matéria-prima.

É importante salientar que, em função do preço, são fabricados poucos moldes exclusivos de injeção.
Essa pequena fabricação também se deve ao fato de que uma embalagem muitas vezes é composta por diversas peças e cada uma delas requer um molde de injeção, o que torna a compra de moldes ainda mais proibitiva.

Um exemplo disso é a embalagem de batom, composta de base, elevador, tampa, mecanismo etc. Cada uma dessas peças requer um molde. Por causa disso, não há tantas opções, principalmente de embalagens de maquiagem. O mercado acaba usando as embalagens standards disponíveis, alterando, nestas, apenas características como: cor, hot stamping, silk etc. Essa talvez seja a principal razão da invasão de embalagens asiáticas no Brasil.

O outro processo de fabricação de embalagens plásticas é realizado por meio do sopro. Nesse caso, a máquina também aquece o material em determinada temperatura. Esse material, na forma líquida, é direcionado, na forma de uma mangueira, para o molde. O molde então se movimenta, “abraça” essa mangueira, fecha-se e, em seguida, um bico de ar sopra o material plástico aquecido contra as paredes do molde. O resfriamento permite que a máquina faça a “expulsão” da peça já no seu formato definitivo.

É óbvio que esses processos de fabricação não são tão simples assim. Realizar controles – da temperatura de aquecimento e resfriamento, do peso da peça, da espessura de parede, do ponto de injeção, dos ciclos de processo, entre vários outros –, é fundamental para a qualidade final da peça produzida.

O molde de sopro é bem mais barato que o molde de injeção e é fabricado em menos tempo que este. Também é usado apenas um molde de sopro para fazer um frasco. Assim, os resultados são: pontos de venda e catálogos de empresas porta a porta apresentando uma infinidade de bonitos frascos de shampoos, loções, óleos de banho, desodorantes etc.

Diante desse quadro, o que se aconselha é evitar a fabricação de moldes de injeção, mas abusar de formatos exclusivos para moldes de sopro.

A vantagem em adquirir um molde exclusivo é ter uma embalagem com a cara que o cliente imaginar e que é diferente de outras apresentações do mercado.

É importante fazer o registro do desenho industrial da embalagem no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), evitando, assim, que outra embalagem exatamente igual seja feita. Digo exatamente igual porque, quando uma embalagem agrada, qualquer empresa pode praticamente copiá-la, desde que não a faça exatamente igual.

A desvantagem de molde próprio é a quantidade mínima de embalagens que o fabricante destas pede para colocar o molde em máquina.

O caminho mais curto para mandar fabricar um molde é através de fornecedores de embalagens, que indicam os fabricantes e oferecem a assessoria necessária, e, obviamente, têm a expectativa de que as embalagens serão compradas deles.

O que foi exposto aqui é apenas um apanhado superficial desse universo de moldes, embalagens, preços, prazos etc.

Se a empresa quiser mandar fabricar um molde próprio e tiver pouco conhecimento sobre o assunto, aconselho-a a ter sempre a assessoria de um consultor especializado.



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