Embale Certo

Embalagens para cosméticos, um ano difícil

Novembro/Dezembro 2012

Antonio Celso da Silva

colunistas@tecnopress-editora.com.br

Antonio Celso da Silva

O ano está prestes a encerrar-se e seu balanço é bem diferente dos anteriores. Empresas em dificuldades, empresários sem entender o que está acontecendo, vendas que não obedeceram à conhecida regra de “meses fracos” e “meses fortes”, ao longo do ano.

Em resumo, o que diz a regra é que “no início do ano as vendas normalmente são menores em relação ao demais meses do ano”, fato que se reverte no segundo semestre, recuperando esses chamados “meses fracos”. Mais do que isso: superando as expectativas e trazendo a conhecida euforia tão comum nesse nosso setor. Isso é o que estávamos acostumados a ver ano a ano, com o Brasil galgando postos, a caminho de ser o terceiro do mundo em consumo de cosméticos, e era questão de pouco tempo para que o país superasse o Japão, se tornasse o segundo e ficasse atrás somente dos Estados Unidos. Talvez tenhamos de esperar um pouquinho mais para que isso aconteça, efetivamente.

Mas o que será que aconteceu este ano? Por que não se repetiu o sucesso dos anos anteriores? Por que muitas empresas querem passar uma régua e esquecer 2012, ou melhor, esquecer que esse ano aconteceu. Será que a marola citada pelo nosso ex-presidente acabou virando tsunami?

Muitas são as prováveis respostas para o fracasso desse ano. A invasão dos importados é sempre citada como uma delas pela maioria. Outro fator, no entanto, talvez seja realmente o grande causador do problema: o endividamento das classes C e E. É notório que depois de um boom de consumo essas classes tenham se retraído e percebido que as dívidas vencem e precisam ser pagas.

Seja o que for que tenha acontecido, a verdade é que essas dificuldades vividas pelas empresas de cosméticos se refletiram no desempenho e no resultado dos fabricantes de embalagens. Algumas empresas se mudaram para galpões menores, reduzindo seu tamanho e dispensando funcionários, na tentativa de adequar-se à nova realidade.

Outras se uniram a concorrentes como forma de unir forças e sobreviver à crise.

O que se percebe, no entanto, é que o setor de plásticos talvez tenha sido o mais afetado, com exceção de uma grande empresa fabricante de tampas que, devido a problemas de limitação de molde, não conseguiu atender à demanda.

Outro setor que sentiu o problema foi o de cartonagem.

Em meio a tantas reclamações de empresários, o setor vidreiro não é uma voz que se ouve no mesmo tom e na mesma altura que a do setor plástico, talvez porque as poucas empresas nacionais ainda tenham dificuldades para atender à emanda do mercado, notadamente as empresas de menor porte.

Não me lembro da última vez que isso aconteceu. Na verdade, já estávamos acostumados a comemorar o fechamento do ano sempre com metas superadas.

É importante ressaltar que não atuo diretamente na área comercial, que conhece e convive com os altos e baixos do setor. Mas basta um encontro qualquer com representantes de empresas do setor para se perceber que o foco da conversa é sempre a dificuldade que o setor está passando, com raras exceções. O que descrevo aqui, portanto, é fruto do que ouço e vejo quando estou em contato, principalmente, com fabricantes de embalagens, seja no papel de cliente pela empresa que trabalho, seja representando a Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC).

Diante desse quadro, fica a preocupação com o próximo ano. Vamos recuperar o terreno perdido? Ou o setor vai acomodar-se e igualar-se aos outros, com crescimento normal?

Particularmente, não acredito em acomodação e um bom sinal são as ferramentarias: um termômetro importante que adianta o crescimento do setor. Já se percebe certo movimento na cotação de novos moldes.

Só nos resta esperar que comece logo 2013 e o que aconteceu em 2012 tenha sido apenas um pesadelo que passou.



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