Tricologia

Condicionadores

Março/Abril 2012

Valcinir Bedin

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Valcinir Bedin

Os óleos naturais, como o de melaleuca e o de jojoba, têm sido utilizados, há muitos anos, para condicionar cabelos. Conta-se que, na Inglaterra vitoriana, os homens utilizavam nos cabelos o óleo de macassar (óleo perfumado de coco ou de palma), que exigia a colocação de uma toalha nos sofás e estofados para proteger contra os danos do referido condicionador.
Em 1900, na Exposição Universal de Paris, França, um perfumista de nome Pinaud apresentou um produto que chamou de brilhantina, utilizado para suavizar cabelos, barbas e bigodes de homens. É claro que as fórmulas evoluíram para produtos que, hoje, trazem o benefício do condicionador, sem serem gordurosos ou pesados.
Para começar a definir é importante frisar que não é um creme rinse, cuja formulação pode conter ativos utilizados no primeiro, mas tem uma função específica.
O condicionador capilar é basicamente um produto que tem como finalidade revestir a cutícula do pelo, devolvendo-lhe o excesso de gordura retirada do manto hidrolipídico pelo uso do shampoo.
Condicionadores são conhecidos por terem efeito profilático em relação a danos ao cabelo que podem ser provocados por tratamentos químicos ou mecânicos, cosméticos e outros procedimentos. São conhecidos por conferir maciez e suavidade ao cabelo porque hidratam a fibra.
Quando o cabelo é tratado com um polímero catiônico, como o poliquatérnio-10, as faces das lamelas da cutícula apresentam hidratação mais profunda e as bordas menos hidratadas, quando as células da cutícula são comparadas às de um cabelo não tratado.
Isso sugere que o condicionador amacia a face e endurece as arestas da cutícula, o que foi comprovado por estudos de laboratório.
Os condicionadores capilares promovem variados benefícios, que podem ser sumarizados nas seguintes categorias:
Hidratação: tem o papel de manter a umidade do cabelo. Normalmente, esse tipo tem uma grande quantidade de umectantes.
Reconstrução: geralmente contém proteína hidrolisada. Seu papel é supostamente o de penetrar no cabelo e reforçar sua estrutura por meio da reticulação do polímero.
Acidificação: reguladores de acidez, que mantêm o pH do condicionador em torno de 3,5.
Desembaraçamento: modificam a superfície do cabelo, promovido por revestimento com polímeros.
Proteção térmica: geralmente polímeros de absorção de calor protegem o cabelo contra o calor excessivo, causado pela secagem ou pelo uso de chapinha, por exemplo.
Aumento de brilho: refletores químicos que se ligam à superfície do cabelo. Normalmente, são polímeros de silicones, por exemplo, dimeticone ou ciclometicone.
Secagem: óleos essenciais (ácidos graxos essenciais) podem ajudar a secar o cabelo poroso e deixá-lo mais macio e flexível. O couro cabeludo produz um óleo natural, o sebo, que contém ácidos graxos essenciais.
O cabelo é composto por aproximadamente 97% de uma proteína chamada queratina. A superfície da queratina contém aminoácidos negativamente carregados. Condicionadores de cabelo, por conseguinte, geralmente contêm agentes tensoativos catiônicos, que não devem ser removidos completamente durante a lavagem porque suas extremidades hidrofílicas ligam-se fortemente à queratina. As extremidades hidrofóbicas das moléculas de tensoativo, em seguida, agem como a superfície de um cabelo novo.
Na formulação de condicionadores, a presença de álcoois graxos, pantenol, dimeticone etc. promove a lubrificação dos cabelos. Sequestrantes podem estar presentes, para uma melhor função quando se usa água dura. Além desses ingredientes ativos, também são incluídos agentes antiestáticos.



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