Embale Certo

Embalagem para o mercado teen

Janeiro/Fevereiro 2012

Antonio Celso da Silva

colunistas@tecnopress-editora.com.br

Antonio Celso da Silva

Começa um novo ano que, assim como os ante- riores, chega repleto de dúvidas e incertezas. O cenário é de empresas associando-se a outras e de empresas fechando. Isso vem acontecendo notada- mente na área de terceirização, na qual a margem
de lucro reduzida é simplesmente consumida pelos problemas comuns na produção, que geram perdas e nunca estão computa- das no custo inicial. Essa conta não fecha a favor do terceirista.
Na verdade, o ano começa um tanto preocupante. Eu, que normalmente sou um otimista, tenho minhas restrições nesse início de ano e, se me perguntarem, recomendo prudência.
Vejo no mercado de embalagens os fornecedores também apreensivos, tanto com novos projetos como com estoques parados, porque o cliente solicitou a reprogramação da entrega. Os fabricantes de moldes para embalagens também estão preo- cupados com a falta de novos projetos.
O que será que nos espera neste ano? Será que a crise anunciada para alguns, anos atrás, e que nosso então presidente classificou de marolinha, está chegando agora? Tomara que não.
Mas nós somos brasileiros, não desistimos nunca e vamos agir para que essa nuvem negra que paira seja soprada pelo vento do tradicional crescimento do setor e vá embora.
Pensando dessa forma, onde será que vai acontecer o “boom” deste ano no setor cosmético? Será no segmento de varejo, na franquia ou na venda-direta, para repetir o que aconteceu nos anos anteriores?
Qual produto será o foco da mídia, dos consumidores e, consequentemente, das vendas? Será um produto capilar, de tratamento, alcoólico, será a maquiagem com suas novas cores ou o “revolucionário” primer pré-maquiagem? E a embalagem asiática, até quando será a saída para os problemas com as em- balagens nacionais?
Com todas essas perguntas de difícil resposta, uma tendência se percebe: o crescimento do consumo de produtos direcionados aos teens. Segmentos como os de eletroeletrônicos, roupas, ce- lulares e tênis apostam muito nesse setor e vêm lançando cada vez mais produtos para esse público.
E no mercado cosmético? Quais são os produtos e as emba- lagens que buscam esse público? Vocês já perceberam que estes não existem? O que esses jovens buscam em um cosmético?
Pensando assim, os marqueteiros e designers de plantão
precisam pensar em uma embalagem de shampoo, por exemplo, direcionada para esse público. Será que ela deve ser bem colori- da ou discreta? De que tamanho? E o preço? Ela deve oferecer praticidade? Sim, muita. Enfim, o que chamaria a atenção dos adolescentes?
Quantas empresas fizeram e têm um estudo profundo desse mercado e por que não lançaram produtos e, principalmente, embalagens que encantassem os teens?
Sabemos que o público teen não aceita mais embalagens de super-heróis, de bandas musicais em evidência, tampouco as alusivas a cantores, mesmo que sejam aqueles cujos sucessos esses jovens cantam e dançam na balada. O conceito rosinha para meninas e azul para meninos também faz parte do passado.
Pensando bem, a gente entende porque poucas (ou talvez nenhuma empresa) já se atreveram a explorar esse público, pelo menos em se tratando de linha capilar.
Por outro lado, e na contramão da história, estão os esmaltes. Esse mercado de cores virou de cabeça para baixo os conceitos das cores clarinhas, do tipo Zazá, Bruma, Areia, Misturinha e tantas outras de um passado não tão distante.
Sem dúvida, o público teen é bastante responsável por isso. Se houve essa mudança radical nas cores, o mesmo não se pode dizer das embalagens, que ainda são praticamente as mesmas. Será que o público teen – consumidor de tantas cores de esmal- te, assim como as mulheres consomem sapatos –prefere uma embalagem diferente de esmalte, direcionada para sua faixa etária? Parece-me que não.
E quanto à perfumaria, será que a embalagem faz a diferença na decisão de compra dos teens, de uma colônia, seja ela mascu- lina, seja feminina? Essa é outra linha de produtos na qual não existe distinção ou diferenciação de faixa etária do consumidor, a não ser pela fragrância. O que se busca é uma embalagem bonita, diferenciada, prática. É óbvio que estamos anos-luz de chegar perto de uma embalagem importada – muitas delas mais parecem joias.
No início do texto, minha intenção era falar das embalagens para o mercado teen de cosméticos, mas, discorrendo sobre o assunto, percebo que este é um segmento inexplorado, repleto de oportunidades e com muito a desenvolver, criar e fazer.
O que falta então? Repetindo o que coloquei acima, falta os designers e os marqueteiros se lembrarem dessa oportunidade. Mas o que falta mais ainda é um empresariado atirado, sem medo e, porque não dizer, com um pouquinho de dinheiro para investir em divulgação. Concluindo, vejam como é esse nosso mercado: se por um lado as nuvens negras nos assustam, por outro percebemos oportunidades bem debaixo do nosso nariz. Vamos executá-las então!



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