Embale Certo

Embalagens chinesas: mitos e verdades

Setembro/Outubro 2011

Antonio Celso da Silva

colunistas@tecnopress-editora.com.br

Antonio Celso da Silva

Em minhas colunas tenho falado, normalmente, dos bons produtos cosméticos brasileiros, das facilidades para desenvolvê-los e da preocupação dos nossos técnicos, sempre antenados com o que há de mais novo no mundo em termos de princípios ativos.

Por outro lado, sempre quando falo de embalagens não consigo dar o mesmo enfoque a esse assunto, considerando as dificuldades que encontramos e que são claramente percebidas nos pontos de venda, principalmente em relação às maquiagens, nas quais a embalagem usada é a injetada.

Com a dificuldade de produção e a pouca oferta de boas embalagens nacionais para maquiagem, vemos uma desenfreada invasão de embalagens asiáticas. Obviamente, essa invasão não nos traz frascos para shampoos, sabonetes líquidos, loções hidratantes nem tampouco potes para cremes, pois são embalagens sopradas de menor preço e com moldes de fácil confecção. Além de não haver interesse por essas embalagens, em função do exposto acima, elas estariam transportando “ar”.

A invasão, na verdade, é de embalagens para batom, pó (blush, sombra, pó compacto etc.), rímel, delineador, brilho labial e até alguns vidros para cremes e colônias.

Estreitando um pouco mais o leque e para focar no assunto, título deste texto, falarei especificamente de estojos para batons e pós. Isso porque eles representam a grande carência e necessidade do mercado e, consequentemente, são os itens que as empresas asiáticas mais têm trazido e oferecido ao Brasil.

Falo em embalagens chinesas porque os chineses compõem a maioria dos fornecedores. Porém, nesse “pacote” asiático encontram-se também as embalagens coreanas, japonesas e até indianas.

Como em qualquer segmento no Brasil, e lá fora não é diferente, existem os bons, os maus e até os péssimos fabricantes, seja sob o aspecto qualidade, seja sob o ponto de vista legal. Aliás, temos a mania de valorizar os produtos importados em detrimento dos nacionais. Exemplo disso são as pessoas que viajam para a França e trazem um “perfume francês” acreditando terem comprado o melhor perfume do mundo. Na França, terra da cosmetologia e do perfume, também há perfumes ruins.

Primeiro precisamos desfazer o mito de que quando falamos em embalagens chinesas para maquiagem, estamos falando necessariamente de preços baixos, diversidade e beleza de embalagens, mas de péssima qualidade. É óbvio que isso é verdade quando se trata de empresas que se enquadram no perfil que citamos acima, ou seja, de maus fornecedores – que até fazem uso do trabalho infantil, atuando totalmente à margem da lei. Esse talvez seja o grande mito e o grande temor dos candidatos a clientes dessas empresas aqui no Brasil.

Qual é o lado bom e verdadeiro dessa história? O lado bom é que lá também existem produtos de preço baixo, lindas e diversificadas embalagens e de excelente qualidade.

Diante dessas duas possibilidades, o que fazer para não cair nas mãos de um mau fornecedor? O caminho e a resposta são: conheça o fornecedor.

Para conhecê-lo existem algumas possibilidades, mesmo para empresas de pequeno porte. A primeira delas é selecionar alguns fornecedores que fabricam essas embalagens e programar uma visita às suas fábricas. A segunda é participar de “missões” que saem do Brasil com esse objetivo, ou seja, o de conhecer fabricantes de embalagens. Outra opção é fazer esse trabalho de conhecimento dos fornecedores por meio de distribuidores locais, sem necessariamente ter de viajar para a China e conviver com o drama do entendimento da língua.

Sempre quando preparo essa coluna, cito acontecimentos que vivo ou vivi no meu dia a dia de homem de fábrica. Recentemente, fizemos uma grande compra de estojos de maquiagem de uma empresa chinesa, por meio de um conceituado distribuidor brasileiro. Surpreenderam-me a formalidade e a seriedade do fabricante, os detalhes e as exigências dos padrões e a especificação técnica de cada peça e, por fim, a excelente qualidade do que recebi.

Diante disso, achei que deveria compartilhar, com as pessoas que querem comprar embalagens chinesas, que, tanto lá como aqui, existem problemas de toda ordem, cabendo a nós saber como escolher e fazer a compra do fornecedor certo e sério. A qualidade, até então fantasma dessas negociações, passa a ser o ponto forte dessas embalagens.



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