Temas Dermatológicos

Antioxidantes no tratamento do envelhecimento cutâneo

Setembro/Outubro 2011

Denise Steiner

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Denise Steiner

O envelhecimento caracteriza-se pelo desgaste dos vários setores do organismo humano, gerando funcionamentos inadequados, que culminam em alterações incompatíveis com a vida. São muitas as teorias que tentam explicar o mecanismo do envelhecimento, mas nenhuma delas compreende, satisfatoriamente, a gênese completa desse processo.

A teoria dos radicais livres também pode explicar o desgaste de vários órgãos do corpo humano. Os radicais livres são moléculas que, em sua órbita externa, apresentam elétrons solitários ou não pareados, sendo, portanto, instáveis ou reativos.

Para atingir a estabilidade, essas moléculas captam elétrons de outras moléculas químicas e de componentes vitais, como DNA, elementos citoesqueléticos, membranas e proteínas celulares. A peroxidação lipídica, uma das sequelas geradas pela ação dos radicais livres, causa danos às membranas celulares e leva ao envelhecimento da pele, à aterosclerose e a outros sinais de envelhecimento. Além do envelhecimento cutâneo, as espécies reativas de oxigênio estão implicadas nos processos de fotoenvelhecimento, carcinogênese e inflamação.

Os radicais livres são formados naturalmente pelo metabolismo humano, mas fatores como a poluição do ar, o tabagismo, a exposição à radiação, a falta de exercícios físicos, a ingestão de álcool, processos inflamatórios e a ingestão de certas drogas ou materiais pesados podem também ser fontes de espécies reativas, como superóxidos, ânion hidroxila, peróxido de hidrogênio e unidade simples de oxigênio.

O mecanismo de defesa antioxidante do organismo tem como principal função inibir ou reduzir os danos causados às células pelas espécies reativas de oxigênio. Existe uma grande variedade de substâncias antioxidantes, as quais podem ser classificadas em função da sua origem ou localização em: antioxidantes dietéticos e antioxidantes intra e extracelulares. O mecanismo de ação dos antioxidantes permite ainda classificá-los como antioxidantes de prevenção, que impedem a formação de radicais livres, varredores, que impedem o ataque de radicais livres às células, e de reparo, que favorecem a remoção de danos à molécula de DNA e a reconstituição das membranas celulares danificadas.

Nesses mecanismos, vários micronutrientes, como vitaminas e oligoelementos, têm papel importante na proteção contra agentes envelhecedores. Os antioxidantes mais conhecidos são as vitaminas C e E. Os antioxidantes solúveis em gordura são encontrados na porção lipofílica da membrana celular e entre eles estão a vitamina E e a CoQ10.

Dentre os antioxidantes solúveis apenas em água, há grande destaque para a vitamina C. Atualmente a vitamina C, também conhecida como ácido ascórbico, está sendo extensamente estudada em relação à sua atividade antioxidante. Sua aplicação tópica é usada para prevenir os danos causados pelo sol e para o tratamento de melasma, estria alba e eritema pós-operatório em pacientes tratados com laser.

Quando as preparações de vitamina C são expostas aos raios ultravioleta ou ao ar, a molécula rapidamente se oxida e se torna inativa, inutilizando a preparação. A vitamina C se tornou um aditivo popular de muitos produtos pós-sol, pois ela interfere com a geração de espécies de oxigênio reativo induzida pelos raios UV pela reação com o ânion superóxido ou o radical hidroxila. A vitamina C, um forte antioxidante por si só, também reduz (e, portanto, recicla) a vitamina E oxidada, que volta à sua forma ativa, de modo que as capacidades antioxidantes da vitamina E são amplificadas.



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