Temas Dermatológicos

Princípios ativos botânicos em cosméticos

Maio/Junho 2011

Denise Steiner

colunistas@tecnopress-editora.com.br

Denise Steiner

Quando falamos em hidratantes, por exemplo, podemos pensar em óleo de uva ou óleo de amêndoas. Quando nos referimos a tratamentos mais específicos, podemos nos lembrar dos alfa-hidróxi-ácidos, que são substâncias orgânicas extraídas de vegetais, como o ácido glicólico, feito da cana-de-açúcar.

A seguir estão listados alguns dos fitoterápicos utilizados em dermatologia cosmética e são enfatizados seus principais benefícios.

Polypodium leucotomas - Pertence à família Polypodiaceae, é uma planta que se desenvolve exclusivamente nas selvas e nos bosques tropicais hondurenhos. Na medicina tradicional, essa planta é usada para o tratamento de psoríase, dermatite atópica e artrite, devido à sua atividade imunomoduladora. Estudos mais recentes mostram sua atividade antioxidante e fotoprotetora em relação à agressão de UVA (aguda).

Óleo de oliva - A oliveira (Olea europaea) é a árvore que produz a azeitona ou oliva. O óleo é reconhecido como antioxidante devido aos seus componentes polifenólicos. O consumo do óleo extravirgem (com acidez menor que 0,8% em ácido oleico) está relacionado à proteção contra o estresse oxidativo. Em produtos tópicos, é usado em óleos e sabonetes para a pele. Também é componente de formulação tópica para ser usada em eczemas, fissuras, hemorroidas, micoses superficiais e infecções bacterianas da pele, devido às suas propriedades anti-inflamatórias e antibacterianas.

Picnogenol – Seu nome botânico é Pinus pinaster. Pertence à família dos flavonóides, que inclui as proantocianidinas, que têm propriedades antioxidantes e quimioprotetoras, além de capacidade para estabilizar o colágeno e melhorar a elasticidade e a flexibilidade da pele. Seu extrato, obtido das folhas e da casca das pinhas, promove o aumento do fator de crescimento vascular endotelial relacionado à angiogênese. Trabalhos recentes têm associado sua ingestão à melhora do melasma. Formulações tópicas melhoram o envelhecimento cutâneo.

Cafeína - Composto químico de fórmula C8H10N4O2 – classificado como alcaloide do grupo das xantinas e designado quimicamente de 1,3,7-trimetilxantina –, é encontrado em certas plantas e usado na forma de infusão, como estimulante. A cafeína tem propriedades antitumor e de proteção solar. Há vários estudos controlados mostrando que a cafeína promove a apoptose de células agredidas pelo sol.

CoffeeBerry - Trata-se de um ativo extraído do fruto verde do café, que contém alta concentração de antioxidantes. Esse fruto passa por um processo de extração específico e potencializado, que resulta na composição de polifenóis, como: ácido clorogênico, proatociandinas, ácido quínico e ácido ferrúlico, todos com ação anti-inflamatória, clareadora e antienvelhecimento. Contém cafeína, que pode ser usada para produtos anticelulite.

Arnica- A arnica europeia (Arnica montana) e a arnica brasileira (Lychnophora ericoides) têm atividade anti-inflamatória por meio das frações de lactonas sesquiterpênicas. Também são usadas para o tratamento da queda de cabelo e, quando usadas via oral, parecem diminuir hematomas; seu uso tópico não mostrou diferença no clareamento dos hematomas.

Ácido ferrúlico - O ácido 3-metóxi-4-hidróxi-cinâmico é um composto fenólico vegetal, apresenta atividades antioxidantes e pertence à família dos polifenóis. É encontrado nas paredes celulares das plantas e é um dos componentes da lignocelulose que dá rigidez a essas paredes. É potente em absorver radiação ultravioleta (UV) e, quando associado à vitamina C e à E, melhora seu efeito antioxidante.

Chá Verde – Esse chá (Camellia sinensis (L.) Kuntze), originário da China, é um potente antioxidante com polifenóis. As frações mais importantes e ativas dos polifenóis são as epigalocatequinas extraídas da folha das plantas. Estudos demonstram sua atividade supressora do efeito carcinogênico da radiação ultravioleta e esse chá tem sido utilizado tanto por via sistêmica quanto tópica.

Pomegranate – Recebe o nome científico de Punica granatum L, conhecida como romã. Contém polifenóis, além de vitamina C, vitamina B5 e potássio. Possui ação clareadora da pele quando é usada via oral, inibe a proliferação de melanócitos e a síntese de melanina. Tem propriedade antimicrobiana e antivirótica, e eficácia comprovada como antibiótico natural nos casos de inflamações orais bacterianas e virais. Estudos recentes sugerem que os efeitos antioxidantes e antivirais da romã melhorariam o efeito dos filtros solares. Parte utilizada: a casca da romã.

Resveratrol– Este polifenol da uva é considerado antioxidante, anti-inflamatório e antiproliferativo. Tem propriedades quimiopreventivas em relação a tumores de pele, mama, colo e próstata, além de propriedades antifúngicas, antibacteriana e antiviral. Trabalhos recentes demonstram sua ação protetora em relação à UVB.



Outros Colunistas:

Deixe seu comentário

código captcha

Seja o Primeiro a comentar

Novos Produtos