Temas Dermatológicos

Herpes Vírus

Novembro/Dezembro 2001

Denise Steiner

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Denise Steiner

As estatísticas são espantosas. De cada 100 habitantes do planeta, 25 enfrentaram ou estão encarando uma crise de herpes, que atinge principalmente os lábios ou os órgãos genitais. Em 40% dos portadores o vírus fica latente, mas ao estressar psíquica ou fisicamente - o que não é exatamente difícil nos tempos atuais - pode haver uma recaída.

O contato físico é a principal forma de contágio. É uma boa idéia não compartilhar objetos usados por pessoas contaminadas, como copos e talheres. Vale lembrar que a camisinha é a melhor aliada para a prevenção do herpes genital. Tudo o que comprometa a resistência orgânica facilita a instalação da doença, como exposições solares exageradas, sono, cansaço, alimentação irregular, e, claro, cigarro e bebidas alcóolicas. A reincidência não é rara e as crises podem ir e vir com regularidade. Contudo, se o vai-e-vem for exacerbado pode ser uma pista para o médico pesquisar a existência de outras doenças, como o diabetes, o hipotireoidismo e mesmo a AIDS.

O herpes vírus compromete tanto homens como mulheres, apresentando-se de duas formas: tipo I e tipo II. 0 tipo I surge em geral no contorno dos lábios e no rosto. 0 tipo II acomete mais a região genital e adjacências. Atualmente, devido aos hábitos sexuais mais liberais, encontra-se o tipo I na região do II e vice-versa, não sendo incomum aparecerem no consultório narizes, bochechas e olhos infectados. Em todos os casos, a área pode levar de 5 a 21 dias para voltar a ser como antes - prazo que depende da integridade do sistema imunológico do paciente. 0 contato sexual é o maior responsável pelo herpes genital, que responde por 15% do total de doenças sexualmente transmissíveis. No homem, essas lesões são mais freqüentes na região da glande, podendo ocorrer secreção local. Já nas mulheres as lesões surgem nos pequenos e grandes lábios, cólo do útero, virilha, a face interna da coxa, podendo causar corrimento vaginal. Nelas, devido as características anatômicas, a doença pode ficar escondida e durar mais. Gestantes que tenham uma crise no momento do parto recebem indicação de cesárea, pois ha 50% de risco de que o bebê se contamine ao passar pelo canal do parto. A infecção viral na criança é muito séria, podendo atacar o sistema neurológico, os olhos e a pele.

O herpes é uma afecção dermatológica e o seu tratamento deverá ser feito com orientação médica.

Os medicamentos tópicos e sistêmicos mais conhecidos para combater o herpes agem diretamente na multiplicação do vírus. Entretanto, medicamentos imunomoduladores também estão sendo usados. Em vez de deter a replicação viral, aumentam as defesas orgânicas e melhoraram a resistência da pele ao ataque.

Uma nova opção para o tratamento do herpes labial é o laser de baixa potência, diminui a inflamação e aumenta a resistência dos tecidos, reduzindo o número de crises. Por reduzir o tempo de resolução da ferida, sobretudo se a aplicação for feita no início da crise, é um recurso indicado especialmente para pessoas que tenham alta exposição pública, como modelos, atores, especialistas da área de saúde e outros profissionais.

Como o vírus ataca quando o sistema imunológico enfraquece, tudo que mantém as defesas ativadas é favorável. Do ponto de vista nutricional, dois aliados são o zinco - mineral antioxidante – e a vitamina E, protetora das membranas celulares.

A prevençã é sempre o tratamento mais efetivo e mais barato. Hábitos saudáveis, tanto físicos quanto emocionais, reduzem comprovadamente a incidência da doença. Quando o asunto é o herpes, não há dúvida: o melhor conselho que se pode ouvir é aprender a gerenciar o estresse. Outros cuidados são evitar a exposição excessiva ao sol,(a radiação dos raios ultravioleta diminui a ação das células de defesa do organismo, reduzindo a proteção imunológica) e usar regularmente filtro solar com FPS acima de 15, inclusive para a região labial.

Dra. Denise Steiner é dermatologista.
E-mail: clinica-stockli@sti.com.br



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