Temas Dermatológicos

Recentes Avanços na Biologia do Melanoma Maligno

Março/Abril 2001

Denise Steiner

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Denise Steiner

O último Congresso da Academia Americana de Dermatologia, realizado em março de 2001, em Washington DC, Estados Unidos, realizou-se uma apresentação sobre os recentes avanços na biologia do melanoma maligno (MM) que focou a natureza do início da doença e sua progressão.

O estudo do genoma humana esclareceu alguns pontos, entre os quais o fato de que o MM tem um gene de susceptibilidade, localizado em um locus específico chamado gp. Um estudo provou que pelo menos 50% dos MM manifestaram mutações deletérias na localização 9p.

A pesquisa por um oncogene ou um proto-oncogene (isto é, um onco-gene que é altamente conservado em vírus e em humanos) indica que nenhum dos pontos anteriormente conhecidos tem alteração estrutural consistente, em um número decisivo de casos, para sugerir que eles sejam patogenicamente significantes.

Em adição ao papel hipotético da presença de oncogenes na progressão biológica dos MM, parece que, quando presentes num dado MM, podem causar modificações na sua histologia também. Tenta-se especular que a heterogenicidade morfológica do MM humano pode refletir a ativação de diferentes oncogenes nas diferentes regiões de um dado neoplasma.

Melanócitos normais estão sujeitos aos efeitos regulatórios de crescimento dos queratinócitos e das células de Langerhans, mediados via citoquinas especiais.

Modelos in vitro de proliferação de melanócitos indicam que, em contraste com os melanócitos não-transformados, as células do MM não requerem fatores de crescimento exógeno para promover crescimento contínuo. Acredita-se que a autonomia do fator de crescimento confere uma vantagem de crescimento seletivo nos melanócitos neoplásicos.

É de interesse que o impacto de certas citoquinas, tais quais a II-6, gera uma resposta dos melanócitos que é dependente do estado de progressão da doença. Assim, enquanto o fator de crescimento básico de fibroblastos (bFGF) estimula o crescimento dos melanócitos em todos os estados de progressão, a II-6 inibe o crescimento do estágio inicial do MM, enquanto nos estágios mais avançados de MM podem ser resistentes ou estimulados pela II-6.

A elaboração da citoquina II-I pelas células de melanoma pode ter um papel na capacidade de invasão do tumor, bem como na aquisição da capacidade de metástase. Com respeito à esta citoquina, ela é conhecida por aumentar a mobilidade das células do MM. Com relação ao bloqueio de receptores de III, mostrou-se que isto diminui o tamanho e o número de metástases de MM no fígado de camundongo.

Em resumo, o modelo que melhor se adapta à explicação de início e progressão da doença é aquele que tem múltiplas citoquinas no processo.

Dra. Denise Steiner é dermatologista.
E-mail: clinica-stockli@sti.com.br




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