Direito do Consumidor

Consumidor Verde

Setembro/Outubro 2010

Cristiane M Santos

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Cristiane M Santos

Pesquisa realizada pela consultoria Ernst & Young, no ano passado, denominada Riscos Estratégicos aos Negócios 2009: Os Dez Maiores Riscos para as Empresas, revelou que o crescimento dos consumidores “verdes” é motivo de grande preocupação das empresas no mundo inteiro.

Na pesquisa, o “desrespeito ao meio ambiente” apareceu em quarto lugar entre os maiores riscos para as empresas – só perdendo para a crise de crédito, a maior rigidez das leis e o agravamento da recessão.

Segundo a pesquisa, esse resultado não aconteceu por acaso, já que a crise econômica mundial colocou em xeque o estilo de vida consumista dos países de primeiro mundo.

Além disso, o estudo Perspectivas Globais da Biodiversidade, divulgado pela Organizações das Nações Unidas (ONU), em maio passado, informou que a imensa perda de vida sustentável no meio ambiente deve intensificar-se até o ponto de ficar irreversível, caso os objetivos globais instituídos para reduzir significativamente ou reverter essas perdas não forem alcançados este ano.

Certamente, estes dois fatores juntos – o risco ambiental e a crise econômica – contribuem ainda mais para que as questões socioambientais sejam consideradas pelos consumidores atuais.

Mas, afinal, quem é o consumidor “verde”?

Segundo o Guia del Consumidor Verde (John Elkington e Julia Hayles, Antoni Bosch Editor, Barcelona, 1990), esse consumidor é aquele que busca comprar ou utilizar um produto que cause o menor – ou nenhum – prejuízo ao meio ambiente. Ele evita, para desestimular a produção, produtos que possam, por exemplo: agredir a natureza; representar risco à saúde; consumir muita energia; apresentar excesso de embalagens ou ser descartável; e conter ingredientes que provenham de habitats ou espécies ameaçadas.

Ele também faz separação de lixo, não desperdiça água nem papel, e exige das empresas uma postura socioambiental responsável.

Nos Estados Unidos, o público verde foi chamado de lohas – lifestyles of health and sustainability. Segundo pesquisa de mercado realizada pela The Marketing Insider, o público lohas é 60% feminino, tem alta escolaridade e não se preocupa com preço – faz suas escolhas de consumo com base em critérios de sustentabilidade e aceita pagar até 20% a mais por isso.

Assim, os lohas adquirem produtos de beleza e de alimentação orgânicos e preferem produtos de limpeza biodegradáveis.

Outra pesquisa, divulgada pelo Natural Marketing Institute, mostrou que, em 2007, 40 milhões de norte-americanos já haviam aderido a esse lifestyle.

E como anda esse movimento de conscientização ecológica no Brasil?

Levantamento feito pela National Geographic Society, em junho deste ano, colocou o Brasil em segundo lugar no ranking de consumo verde – a primeiro colocada foi a Índia.

O quesito moradia, que avalia o impacto ambiental de residências em função da baixa utilização de aparelhos de ar-condicionado ou de calefação - foi o melhor desempenho brasileiro registrado, e o alto consumo de biocombustível foi outro destaque.

Apesar dos lohas, segundo esse levantamento os Estados Unidos permanecem como um dos povos com os hábitos menos sustentáveis do Planeta nos últimos três anos, juntamente com Canadá, França e Inglaterra.



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