Tricologia

Tricologia e Tecnologia

Janeiro/Fevereiro 2005

Valcinir Bedin

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Valcinir Bedin

O estudo dos cabelos e dos pêlos (tricologia) deve ser orientado para as necessidades e queixas dos nossos clientes. Assim, devemos buscar soluções que envolvam a queda dos cabelos, os cuidados cosméticos destes e o manejo adequado dos pêlos não desejados.

A queixa mais comum nos consultórios médicos, e talvez nos cabeleireiros e terapeutas capilares, é a da queda. Ao tomarmos como parâmetro a perda de 60 a 100 fios diários, qualquer número que exceda este deve ser sinal de alerta. O bom clínico deve pensar sempre em três hipóteses diagnósticas: heredo- constitucional (genética), hormonal ou metabólica. A partir da pesquisa diagnóstica clínica e laboratorial deve chegar primeiro a um diagnóstico e depois tratar adequadamente cada um dos itens descobertos. Pode e deve, para isso, utilizar medicamentos, cosméticos e cosmecêuticos que têm a função de interromper a queda e recuperar os fios perdidos. Sabe-se que, após, em média, 12 anos sem atividade o folículo piloso acaba por ser reabsorvido pelo organismo. Então, este é o prazo máximo para a recuperação dos cabelos.

Independente do que tenha causado a queda, algumas medidas são sempre aconselhadas. Melhorar a condição do couro cabeludo, tratando qualquer alteração externa, como dermatite seborréica, eczemas, fungos ou bactérias, é sempre importante.

Aumentar a vascularização do couro cabeludo, para trazer mais sangue para esta área também pode ajudar a curar a queda. Aplicar produtos tópicos revulsivantes ou estimulantes da divisão celular, certamente, vai contribuir para a melhora do quadro.

Mas, um desafio maior e que persegue todos os profissionais da área da tricologia é como tratar os fios cosmeticamente, obtendo resultados efetivos e não apenas mercadológicos. Nesta área temos de levar em conta alguns atributos dos cabelos: penteabilidade, brilho, hidratação e reparação.

Na verdade, esses atributos estão intrinsecamente correlacionados, pois são interdependentes.

O importante, outra vez, é ter o diagnóstico mais preciso possível. Sabe-se que o brilho e a penteabilidade estão diretamente ligados ao estado da cutícula. Se esta estiver íntegra não teremos problemas com esses dois atributos. A hidratação e a reparação são dois atributos que estão muito dependentes da estrutura mais interna dos fios, que é a córtex. Cabelos tintos ou que foram submetidos à radiação ultravioleta perdem a estrutura das pontes bissulfridicas (as pontes de enxofre) e necessitam produtos que recuperem este status anterior. Necessitam de proteção preventiva ou reforçada, dependendo do caso.

Alguns produtos têm origem animal, outros vegetal, e, mais recentemente, temos produtos desenvolvidos em laboratórios, sintetizados a partir de tecnologia biológica ou sintética exclusivamente. Aí entram os produtos com a nanotecnologia, que nada mais é do que o estágio tecnológico alcançado que permite fabricar partículas com tamanho muito reduzido, que, por isso, têm capacidade de adsorção e de penetrabilidade, podendo em alguns casos ser utilizadas tanto na pele como nos cabelos.

Dentro destas alternativas mais modernas temos, a guisa de exemplo, e em ordem alfabética: Crodazosoft DBQ (quaternário com duas cadeias berrênicas - Croda), Gluadin R (proteína do arroz - Cognis), Hidrahair O2 (fotoprotetor - Chemyunion), Oliquat (oligossacarídeo quaternizado - Arch Química), Solamer (polímero de adsorção UV para cabelos - Nalco) e Velvesil 125 (copolímero de silicone - GE Silicones). Outros produtos estão no mercado e, felizmente, para os interessados, a maioria dos fabricantes e/ou importadoras tem fornecido informações técnicas adequadas e de fácil acesso.



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