Mercosul

Importância do Treinamento e Capacitação de Inspetores

Março/Abril 2004

Carlos Alberto Trevisan

colunistas@tecnopress-editora.com.br

Carlos Alberto Trevisan

O treinamento e a capacitação de inspetores para avaliar o atendimento das normas de Boas Práticas de Fabricação e Controle na indústria cosmética é um tema de fundamental importância para alcançar, no futuro, o Reconhecimento Mútuo necessário para a comercialização entre países do Mercosul, que por sua vez é muito semelhante à co-validação de registros propostos anteriormente.

A inspeção sanitária é a ferramenta única e específica para avaliar as reais condições técnico– peracionais e organizacionais das empresas quanto à possibilidade de atendimento aos requisitos mínimos daquelas normas.

Conhecimento é um ato de vontade que exige método, disciplina, persistência e espírito vencedor para transformá-lo em realização. Treinar é a única estratégia para a aquisição do conhecimento, principalmente, quando esse aprendizado foi obtido apenas com o exercício da prática.

Existe uma relação direta entre o investimento despendido com o treinamento e os resultados obtidos. As nações líderes mundiais são aquelas que mais investem no treinamento das pessoas, em qualquer nível, independente da tradição e da cultura de cada povo.

Além de ampliar os conhecimentos dos treinandos para o exercício de funções mais complexas, o treinamento e a capacitação desenvolvem habilidades e aumentam o campo de raciocínio para a maior amplitude possível, não deixando de considerar a internacionalização das atividades.

Esse preâmbulo é necessário para melhor compreender os comentários a seguir, os quais acreditamos que sejam de grande importância neste momento crucial em que se pretende iniciar o programa de treinamento conjunto de inspetores.

• Deve ser lembrado que não é por estarem todos reunidos em um mesmo local que a informação recebida será processada de forma semelhante por todos os participantes do treinamento. O resultado vai depender do nível de conhecimento prévio de cada treinando.

• A regionalidade das situações reais encontradas em cada país é fruto, em muitos dos casos, da inexistência ou do desconhecimento da legislação, tanto por parte das empresas quanto por parte dos agentes de inspeção. Esse fato pode acarretar no surgimento de obstáculos à absorção do conhecimento.

• O desnível existente entre a capacitação das empresas quanto ao atendimento das Boas Práticas de
Fabricação e Controle em cada um dos países também implica na impossibilidade da aplicação dos conhecimentos adquiridos pelos inspetores.

• A simplificação do já considerado número mínimo de quesitos constantes nas atuais Boas Práticas de Fabricação e Controle não necessariamente irá proporcionar segurança quanto ao estágio de qualidade uniforme em cada país, pois é sabido que a conscientização do produtor e do inspetor é necessário para o início de qualquer programa de nivelamento de qualidade.

Por essas razões, esperamos que o planejamento deste processo de treinamento seja realizado com a participação de treinadores efetivamente qualificados e capacitados, com pleno conhecimento da atual situação da qualidade.



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