Embalagens

Inspeções por Atributos ou por Variáveis

Setembro/Outubro 2006

Antonio Celso da Silva

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Antonio Celso da Silva

Quando falamos em controle de qualidade nas embalagens para cosméticos, necessariamente dividimos as inspeções em dois tipos.

- Por variáveis: como o próprio nome diz, são as inspeções nas quais o resultado pode variar e é mensurável. É o dimensional da embalagem, que obrigatoriamente consta no seu desenho técnico como (diâmetro, altura, largura, espessura, peso, volume etc). São inspeções que precisam de medições e o resultado é fácil de ser interpretado. Se os números estiverem dentro da tolerância prevista na especificação técnica, o lote inspecionado está aprovado, e reprovado, se estiver fora.

Uma reprovação resultante de inspeção por variáveis não gera dúvida.

- Por atributos: são as inspeções para detectar defeitos considerados subjetivos. São os mais difíceis de interpretar, pois dependem de acuidade visual e, acima de tudo, bom senso. Diferente das inspeções por variáveis, as inspeções por atributos não têm números que possam direcionar e definir a aprovação ou reprovação do lote, por isso não são raras as vezes nas quais o fornecedor contesta a reprovação. Variação de cor, manchas, bolhas, sujeira, borrõese outras variações são alguns dos defeitos detectados na inspeção por atributos.

Porém, existe um outro tipo de inspeção, que pode ser por variável e também por atributo. Exemplo: no acoplamento da tampa na base de um estojo para batom. Se considerarmos que é possível determinar um valor máximo e mínimo para quantificar a força necessária para retirar ou colocar a tampa, podemos considerar que é por variável.

Se considerarmos que está “difícil de abrir” ou “abrindo muito facilmente”, sem quantificarmos a força, passa a ser um defeito por atributos.

Não pode ser tão difícil tirar a tampa de um estojo de batom, a ponto da consumidora não conseguir abrir, porém o mesmo não pode estar com a tampa solta, de modo a abrir facilmente na bolsa da consumidora.

O que fazer então para aprovar ou reprovar um lote? Existem aparelhos que podem medir a força necessária para abrir esses estojos, porém precisam ser adaptados e não custam tão barato. Um outro recurso usado pelas empresas é a criatividade da sua área técnica, em parceria com a área de manutenção. São os dispositivos criados in house (em casa) que podem quantificar essa força. No caso de um estojo de batom, por exemplo, é possível criar um dispositivo (veja modelo na foto) com um peso tal que, se preso pela base desse estojo e levantado pela tampa acoplada, suporte o peso desse dispositivo, sem soltar a tampa. Num outro extremo, esse mesmo dispositivo, porém com peso maior, se feito o mesmo procedimento, deve soltar a tampa da base. Com isso determinamos um peso mínimo e máximo conhecido para definir uma aprovação ou reprovação do lote inspecionado.

É lógico que o peso desse dispositivo deve ser minunciosa e tecnicamente avaliado pelo cliente e aceito pelo fornecedor da embalagem.

Isso vale também para tampas, disc e flip-top, tampa de lápis, ou outras embalagens nas quais é preciso determinar a força exercida para abrir ou fechar. O dispositivo deve ser feito e adaptado para cada caso, porém, seguindo o mesmo raciocínio.

Por atributos ou variáveis, o importante é que a inspeção esteja documentada e contemplada numa especificação técnica devidamente acordada com o fornecedor da embalagem.



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