Mercado

Panorama do Mercado de Desodorantes e Antiperspirantes

Setembro/Outubro 2006

Carlos Alberto Pacheco

colunistas@tecnopress-editora.com.br

Carlos Alberto Pacheco

Transpiração. Para muitos, só a idéia já causa desconforto. Para controlar o problema vem o desodorante para ajudar. Utilizados para mascarar ou evitar os odores desagradáveis produzidos pela transpiração. Os desodorantes neutralizam os efeitos do suor que contém, em grande parte, ácidos carboxílicos, produzido pelas glândulas sudoríparas apócrinas, através da reação desses com bicarbonato de sódio para produzir sais inodoros.

Há algum tempo o desodorante deixou de ser usado unicamente nas axilas, mas também no cabelo, pés, genitálias e algumas variações dos desodorantes axilares passaram a ser usados em roupas, ambientes e com o advento da indústria dos pet, até nos animais. Há também os antiperspirantes que têm o mesmo fim, porém agem de maneira diferente. Provocam o fechamento de mais ou menos 50% das glândulas sudoríparas, reduzindo a eliminação de toxinas.

Por outro lado, a idéia da transpiração não é nada desconfortável para quem produz produtos para esse fim. O mercado brasileiro de produtos para esse segmento movimentou R$ 1,7 bilhões em 2003 (Euromonitor) com taxa de crescimento média de 18,5% ao ano, no período de 1998/2003, e previsão de 4,6% para o período de 2003/2008.

A liderança de mercado cabe a Unilever (32,0% market share em faturamento) com a sua linha para ambos os sexos, Axé para o público masculino, e Dove para o mercado feminino, além da linha Rexona Ebony para o nicho afro-descendente. Atualmente é considerada “Top of Mind” para o público entre 15 e 25 anos.

A Avon segue em 2º lugar, com 10% de market share e aposta na forma antiperspirante com proteção 24 horas. A Nivea, por outro lado, apostou no lançamento de lenços umedecidos com propriedades desodorantes (Deo FrashLenço).

Embora o mercado esteja concentrado (5 empresas com 65% e 20 empresas com 80%), sendo duas destas nacionais (O Boticário e Natura), há espaço para um grande número de empresas nacionais – de pequeno e médio portes - ganharem mercado, principalmente se trabalharem os nichos regionais.

Os hábitos de consumo no país fazem com que a escolha do produto e os motivos de troca de uma marca pela outra sejam motivadas pelo fator fragrância, diferente de outras partes do mundo, onde se privilegia os apelos de proteção duradoura e benefícios de hipoalergenicidade.

A forma tópica roll-on tem sido a preferida do público, pois teve a melhor taxa de crescimento do período em estudo e é a que apresenta a melhor perspectiva futura em termos de crescimento. Na contramão, a forma stick apresentou baixo desempenho de crescimento e é a pior aposta para o período futuro. As outras formas tópicas (squeeze spray, pump e creme) caminham sem grandes surpresas, tendendo a migração de formas de menor valor agregado para as de mais valia, enquanto os lenços umedecidos com
fins desodorantes prometem surpreender os números de mercado em virtude da praticidade.

Apelos de proteção 24 horas são interessantes, bem como embalagens arrojadas e fragrâncias para todos os gostos, sem esquecer aos aspectos regionais de um país vasto como o nosso, onde as regiões mais ao norte dão preferência às fragrâncias mais fortes e encorpadas do que a população do sul, que prefere fragrâncias mais leves.



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