Embalagens

Quando Embalagem é Complicador na Produção

Julho/Agosto 2006

Antonio Celso da Silva

colunistas@tecnopress-editora.com.br

Antonio Celso da Silva

A falta de representante do setor produtivo no desenvolvimento de projeto de uma embalagem pode torná-la um complicador, a ponto de atrasar o lançamento do produto, ou até mesmo inviabilizá-lo.

Normalmente os envolvidos no desenvolvimento de uma nova embalagem são os profissionais do marketing - e em algumas empresas também se conta com a participação do departamento comercial.

O elo entre essas áreas e a fábrica é a área técnica, através do departamento de desenvolvimento de embalagem. Cabe a este levar o projeto para o piso da fábrica e avaliar: a necessidade de novos equipamentos para produção, a adequação dos existentes ou mesmo propor alterações no projeto da embalagem, com o objetivo de maximizar o aproveitamento dos equipamentos de produção disponíveis.

Cabe ao departamento de desenvolvimento de embalagem, também, ser o facilitador, de maneira a minimizar custos de mão-de-obra de envase, indicando da melhor máquina - visando, sempre, qualidade e produtividade.

A embalagem também pode ser um complicador na produção quando a empresa não conta com um sistema de controle de qualidade no recebimento (se não se tratar de fornecedores com qualidade assegurada). A variação para menor, no diâmetro interno de um gargalo de frasco, por exemplo, quando não detectado no recebimento, pode impedir a entrada do bico da máquina de envase, ou fazer com que o
bico entre tão justo que resulte no transbordamento do produto durante o processo de envase.

Seja no caso de projeto novo ou na falta de controle no recebimento, a adequação das embalagens às máquinas existentes ou a adequação das máquinas às embalagens, é de suma importância para evitar que as embalagens sejam um complicador na produção.

Muitas vezes a troca de uma tampa de rosca por uma de encaixe pode complicar a produção, se a máquina não for adaptada previamente. Para uma tampa com rosca é necessário uma rosqueadeira, que pode ser automática ou semi-automática. Já para uma tampa de encaixe é necessário uma máquina pneumática do tipo “batocadeira”. Óbvio que numa empresa de pequeno porte, onde não existam esses equipamentos, entra o “manomático” (operação manual).

Atualmente a febre nas embalagens é o rótulo tipo sleeve. Isso porque os fornecedores atualmente instalados no Brasil (talvez o número já ultrapasse uma dezena), estão abrindo mão das quantidades exorbitantes e preços proibitivos iniciais para poder atender também os pequenos e médios fabricantes com suas maravilhas coloridas.

Importante é destacar que diferente do rótulo autoadesivo, a aplicação do sleeve requer tecnologia e equipamentos adequados. Não basta pegar aquele velho forno usado para termoencolhimento e elevá-lo à categoria de “forno para encolhimento de sleeve”.

A temperatura do forno, a temperatura e pressão do ar quente, juntamente com a velocidade da esteira formam um conjunto que se adequadamente regulado e controlado, vai fazer a aplicação e o encolhimento perfeitos do sleeve. É diferente do rótulo que até pode ser aplicado manualmente, se não houver rotuladeira automática ou semi.

Um outro caso é o infindável número de opções de formatos de bandejas para sombra, blush e pó compacto que começa a aparecer espontaneamente no mercado ou mesmo por solicitação de empresas fabricantes de maquilagem.

Não basta definir por esse ou aquele novo modelo se não tiver o ferramental especial para a compactação das novas bandejas. O ferramental é complemento da máquina de compactar, e demora, no mínimo, 30 dias para ser fabricado.

Concluindo, é importante ressaltar que ao desenvolver nova embalagem não se pode esquecer de envolver a fábrica, evitando que essa embalagem seja um complicador de produção.



Outros Colunistas:

Deixe seu comentário

código captcha

Seja o Primeiro a comentar

Novos Produtos