Embale Certo

Reduzir, reciclar, reutilizar

Novembro/Dezembro 2009

Antonio Celso da Silva

colunistas@tecnopress-editora.com.br

Antonio Celso da Silva

As palavras acima parecem “ter virado febre nos quatro cantos do mundo”, se é que o mundo tem cantos,como diz a expressão popular. Por onde se anda, para onde se olha, não se fala em outra coisa.

O que me chamou bastante a atenção foi uma matéria que li, em uma revista, falando do celular verde. Celular verde? Não, não se trata da cor, mas da preocupação com o meio ambiente na fabricação de algo que também é outra febre no mundo e aqui, no nosso terceiro mundo, não é diferente.

Afirma o fabricante desse celular que 40% do plástico utilizado na fabricação do aparelho é o chamado bioplástico, extraído do milho e com rápida degradação quando descartado. Cada aparelho vendido destina US$ 2 para o programa Adopt an Acre, da organização Nature Conservancy, que preserva as florestas dos EUA.
Outro exemplo dessa preocupação é a invasão de sacolas retornáveis nos supermercados, em substituição às sacolas plásticas. Muitas donas de casa acham que estas jamais deveriam ser substituídas devido às suas várias utilidades. Ainda nesse sentido, vimos recentemente na televisão, em horário nobre, o esforço no sentido de conscientizar as donas de casa, por meio de comerciais direcionados.

No campo da impressão já existe a tinta à base de soja, em substituição às tintas que agridem o meio ambiente, pois solventes são utilizados para sua obtenção.

Outro exemplo é a marca mais tradicional de refrigerantes voltar a usar garrafas retornáveis de vidro, em substituição às de plástico descartáveis.
Na verdade, estamos vivendo o momento em que, para o bem do nosso Planeta, surge o consumidor ecoconsciente. Ele até paga um pouco mais caro, mas com a certeza de estar contribuindo para deixar um mundo melhor para as futuras gerações.

Um belo exemplo, da BioFach, aconteceu recentemente em São Paulo. Alimentos obtidos de maneira ecologicamente correta eram o forte dessa feira, mas nossos cosméticos também estiveram presentes no evento, porém sem que houvesse ainda muita certeza de que eram verdes, naturais, ecologicamente corretos... Mas eles estavam lá, colocando-se à prova para os ecoconscientes.

E as nossas embalagens? Onde elas entram nesse universo do planeta verde e da conservação ambiental? A verdade é que não dá para sair “do zero direto para o 100”, mas, com certeza, dá para começarmos a fazer alguma coisa e não ficar fora desse pensamento e dessas atitudes. É preciso repensar as embalagens, começando pelo profissional de pesquisa e desenvolvimento (P&D); é preciso fazer uma reengenharia junto aos fornecedores; é hora de refletir, rever valores, oportunidades, fazer “do limão uma limonada”.

Diz o pessoal do marketing que a embalagem fala. Nós, técnicos, podemos agora acrescentar que ela não só fala, mas também pede. Isso não é uma moda passageira, ela veio para ficar, ela veio para ajudar o Planeta a respirar.

Sustentabilidade é a regra, porém, para os pessimistas, isso significa aumento de custos. Como o pessimista não sobrevive nesse nosso mercado, vamos falar em sustentabilidade com redução de custo. O caminho mais utilizado e que já virou regra e obrigatoriedade no mundo, é a redução dos pesos das embalagens. Na empresa em que trabalho, trocamos o PVC pelo PET (que é reciclável), nos frascos de shampoos, porém, o ganho maior nessa troca da resina foi a redução de cerca de 30% no peso da embalagem. O PET permitiu isso por ser mais “flexível” em relação ao PVC. Fazendo uma conta rápida, vamos deixar de “jogar” no meio ambiente, neste ano, cerca de 9 toneladas de plástico. Eu diria que, como benefício, ainda ocorreu redução de custo considerando que embalagem plástica se paga pelo peso.

Outra atitude, pensando no meio ambiente, foi passarmos a comprar de um fornecedor cuja fábrica fica bem próxima à nossa indústria. Isso significa economia de combustível no transporte, menos tempo, menos poluição, menos efeito estufa.
Vejam que, sem precisar pensar muito, já encontramos dois caminhos que nos inclui no mundo dos ecoconscientes. E ainda não falamos do uso das cartonagens recicladas nas embalagens secundárias, dos rótulos produzidos a partir do bioplástico e de outras opções que surgem a cada dia.

O que mais podemos fazer? Com certeza, se pensarmos “fora do quadrado”, conseguiremos muito mais e até com redução de custo. Isso vai colaborar para melhorar ainda mais a boa imagem do nosso setor, que tem como objetivo embelezar, aumentar a autoestima e o bem-estar das pessoas.

O Planeta nos agradece e vai retribuir tudo o que fizermos pensando nele.



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