Tricologia

Produtos “naturais” para cabelos

Maio/Junho 2008

Valcinir Bedin

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Valcinir Bedin

Segundo as definições conhecidas, cosmético é tudo aquilo que é relativo à beleza humana. A palavra portuguesa “cosmético” deriva da palavra grega “ko•sme•ti•kós” que significa “hábil em adornar”. E há milhares de anos homens e mulheres utilizam cosméticos para se embelezar, como registrado quando arqueólogos encontraram em túmulos egípcios de aproximadamente 3.500 a.C. sinais do uso de pintura para os olhos e ungüentos aromáticos.

Para exemplificar, alguns produtos de higiene podem ser considerados cosméticos assim como uma substância ou tratamento aplicado à face ou a outras partes do corpo humano para alterar a aparência, para embelezar ou realçar o atrativo da pessoa. Nesse sentido, tais preparados podem ser aplicados tanto à pele, às unhas ou ao cabelo.

Assim, o termo cosmético designa substâncias de origens diversas, usadas sobre a pele e cabelos para limpar, suavizar, encobrir imperfeições e embelezar.

Na antiga Grécia, usavam- se óleos para banho e outros produtos de embelezamento, mas muitas mulheres sofriam de envenenamento por chumbo porque usavam máscaras faciais que continham esse metal, sendo que até hoje existem muitas discussões a esse respeito. Em Roma, fabricavam- se pós para tornar a pele mais alva, carvões para delinear os olhos e pintar cílios e sobrancelhas, carmim para as faces, produtos abrasivos para clarear os dentes etc. Os óleos consumidos eram produtos naturais, como os que se obtinham do azeite de oliva. Os perfumes, usados tanto por mulheres quanto por homens, eram extraídos de flores ou especiarias, com resinas naturais empregadas como fixadores. Atribui-se a Catarina de Medici a introdução do uso de perfumes na França.Cosméticos para o rosto, tinturas para o cabelo, perfumes e sais de banho já eram utilizados na Europa medieval. As civilizações orientais faziam amplo uso dos cosméticos, bem como os povos indígenas da América e da África.

Mas a extração dos princípios ativos de origem dita “natural” sempre foi o maior problema do seu uso, pois dela vai depender totalmente o resultado final. Dizer apenas que um produto foi extraído de uma planta ou de uma flor, sem sabermos qual foi o método utilizado para tal pode fazer com que, no produto final não exista nenhuma quantidade do princípio ativo mencionado.

No século XX, massificaram- se a produção e o uso de cosméticos, sobretudo graças ao aperfeiçoamento das embalagens e à promoção publicitária desses produtos. A moderna indústria de cosméticos fabrica uma vasta série de produtos e compreende diversas empresas com ramificações internacionais.

Entre as inovações da indústria de cosméticos destacam- se como expoentes deste século os produtos químicos para ondulação dos cabelos, os shampoos sem sabão, os laquês em aerosol e as tinturas de cabelo menos tóxicas, afastando aquele mito de que mulheres gestantes não poderiam fazer uso desses produtos.

A legislação varia de país para país, mas, como norma, procura atender à segurança dos seus usuários. Dessa forma, os principais testes empregados são referentes à irritação de tecidos, danos à visão e a toxicidade aguda e crônica.

Portanto quando falamos em produtos “naturais” temos que levar em conta todos esses fatores e não apenas o apelo mercadológico que existe neste setor. Nos Estados Unidos e na Europa a simples menção da palavra natural consegue ser uma ferramenta muito agressiva de marketing. O nosso trabalho, como especialistas neste setor é saber separar o joio do trigo, apresentando sempre estudos científicos sérios para comprovar a verdadeira origem de um determinado produto.



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