Temas Dermatológicos

Avanços na área de Dermatologia

Maio/Junho 2008

Denise Steiner

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Denise Steiner

A área de Cosmiatria tem avançado a passos largos, aliando tecnologia à pesquisa para melhores resultados finais.

Em relação ao uso cutâneo de produtos tópicos, principalmente para o envelhecimento, surgem todos os dias ativos novos que precisam ser vistos de maneira crítica.

O ácido retinóico, já consagrado, tem embasamento científico suficiente para ser reconhecido como opção terapêutica para o tratamento do fotoenvelhecimento. Sua ação ao regularizar a formação da camada córnea, melhorando a proliferação dos queratinócitos e promovendo angiogênese e neocologênese revertem positivamente sinais do fotoenvelhecimento. A fronteira do conhecimento está no desafio de utilizá-lo sem que provoque irritação em posologias que tenham resultados. Produtos como tretinoína micronizada com liberação lenta e controlada provocam menos irritação e vem ao encontro das necessidades neste caso.

Em relação aos antioxidantes de uso tópico houve muito avanço nos últimos tempos. O maior conhecimento do processo de oxidação com a formação de cadeias superóxidas que desencadeiam uma cascata inflamatória com aumento de citoquinas e fatores tumorais leva ao desgaste e ao envelhecimento da cútis. Várias estruturas são atingidas como: vasos, células, fibras e DNA, favorecendo o envelhecimento e câncer de pele.

A vitamina C com seu efeito antioxidante é uma das representantes principais no arsenal de substâncias utilizadas para este fim.

A pele fotoenvelhecida apresenta inflamação crônica subclínica que representa um fator acelerador no envelhecimento. Neste processo inflamatório estão ativados vários mediadores que funcionam como estímulos provocativos e agressores. A idebenona, o ácido lipoíco e o chá verde, entre outros, são alguns dos ativos que despontam como potenciais agentes para o antienvelhecimento.

Estas substâncias, em especial o chá verde, vem sendo testada como antitumoral e faz parte de ensaios clínicos na quimio prevenção do melanoma.

Há inúmeros trabalhos que tentam padronizar as doses diárias e utilização para o uso dos antioxidantes no tratamento do envelhecimento cutâneo.

Os peptídeos também despontam como opção interessante no tratamento da pele fotodanificada. Estes são moléculas grandes de aminoácidos e podem ter funções diversas como: sinalizadores, carregadores e neuromoduladores.

Estas moléculas pela facilidade de penetração podem sinalizar e transportar substâncias para planos mais profundos da pele. E através de ação em neuro-hormônios, os peptídeos também podem modificar processos exacerbados de pele. Um dos representantes desse grupo é o hexapeptídeo denominado argireline [INCI: Aqua (and) Acetyl Hexapeptide 8].

No campo dos procedimentos de laser, a luz pulsada, ultra- som e radiofreqüência passam a fazer parte do dia- a-dia do dermatologista. A utilização da luz do laser e luz pulsada ao promover a fototermálise nos alvos específicos permite o tratamento de várias alterações dermatológicas.

Na depilação esta técnica já está consagrada assim como no tratamento de manchas e alguns tipos de vasos. E no tratamento do vitiligo e psoríase com aparelho que emitem comprimento de onda similar ao UVB também são utilizados. Neste campo, o conhecimento da física dos aparelhos que emitem luz é fundamental para a análise crítica e avaliação do custo/benéfico. Isto porque em algumas situações, a ação do laser pode ser similar
àquela de um peeling químico que tem custo bem menor.

Mas hoje em dia as tecnologias para melhorar a pele com menor efeito colateral continuam aparecendo. Neste sentido, aparelhos como laser de CO2 vêm sendo substituídos por outros não ablativos (não invasivos).

Já os tratamento de flacidez, lipodistrofia ginóide e gordura localizada são polêmicos tanto na ação como no resultado. Assim, estamos carentes de protocolos completos e controlados que mostrem resultados efetivos na correção destas alterações.

A terapia fotodinâmica nos últimos anos vem a ser a grande estrela na área da Dermatologia. O uso de substâncias como ácido amino levulínico espalhadas na pele identificase com alvos específicos que podem ser atingidos pela luz.

Aspectos de interação medicamentosa, penetração, tipo de pele, número de sessões e tipo de lesão precisam ser avaliadas em trabalhos multicêntricos. No momento a indicação formal da terapia fotodinâmica são as lesões pré-cancerosas e cancerosas (carcinoma basocelular).

A idéia de utilizar uma substância química que interaja nas células específicas e facilite a ação química e oxidante da luz é brilhante. Neste processo o paciente também evita cirurgias com corte e suas potenciais complicações.

Já existem trabalhos da terapia fotodinâmica para outras indicações como acne, doenças inflamatórias, queratose pilar e rosácea, entre outras.

A cada dia, temos inovações, mas cabe a nós a análise crítica e responsável para apontar os melhores caminhos para o nosso paciente.



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