Tricologia

Tricologia Verde

Março/Abril 2009

Valcinir Bedin

colunistas@tecnopress-editora.com.br

Valcinir Bedin

Acredita-se que, mesmo com os Estados Unidos vivendo uma imensa crise na economia, haverá aumento de 80% nas vendas de produtos ditos orgânicos ou verdes.

É muito importante que se defina corretamente o que é um produto verde (e não estamos falando apenas da cor da embalagem!). Para entender melhor este assunto, vamos ver o que aconteceu na Europa nos últimos anos. Os cinco maiores países em termos econômicos se uniram, cada um com sua instituição representativa. A Itália com a ICEA, a Alemanha com a BDIH, a Bélgica com a Bioforum, a França com a Cosmebio/Ecocert e o Reino Unido com a Soil Association e definiram as necessidades mínimas e as bases para os cosméticos poderem ser chamados de orgânicos ou naturais.

Para tanto esta associação, denominada Cosmos (Cosmetics Organics Standards Working Group), estabeleceu alguns pontos que devemos considerar. O primeiro é para que tenhamos um desenvolvimento sustentável, que possa conciliar progresso econômico, responsabilidade social e manter o balanço natural do planeta. É um projeto onde os cosméticos precisam estar envolvidos.

Entretanto, para se alcançar todos os itens necessários para um desenvolvimento sustentável, algumas mudanças nos padrões de produção e nas práticas de consumo são indispensáveis.

Para estimular esses processos de produção e consumo, o setor dos cosméticos orgânicos e naturais está usando algumas regras ditadas pelos princípios de prevenção e segurança em todos os níveis da cadeia, desde a produção da matéria-prima até a distribuição do produto final.

Essas regras básicas podem ser enunciadas como:
1. Promover o uso de produtos de agricultura orgânica e respeitar a biodiversidade.
2. Usar produtos de fonte natural de maneira responsável e respeitar o meio ambiente.
3. Adotar processos e manufatura que sejam limpos e que respeitem a saúde humana e o meio ambiente.
4. Integrar e desenvolver o conceito de “Quimica Verde” em vez de petroquímicos.

Este último ponto é um ponto-chave para o sucesso dessa ambição, se considerarmos as especificidades da formulação de produtos cosméticos.

Com esta “filosofia verde”, e este desejo de contribuir ativamente para o desenvolvimento sustentável, o setor de cosmético tem o compromisso de definir e implementar um padrão para o que se vai chamar de cosmético orgânico ou natural. Este padrão considera a realidade tecnológica corrente enquanto infunde um dinamismo que levará a desenvolvimentos inovadores.

Para facilitar a tradução dessas regras em nível de padronização, é necessário distinguir as cinco categorias de ingredientes que possui um produto cosmético (a lista abaixo segue ordem crescente de intervenção humana)

1. Água – matéria-prima vital e básica no desenvolvimento de um produto; sua qualidade é essencial.
2. Ingredientes naturais – interessante e necessário, mas não renovável. Eles requerem regras ambientais claras para uso.
3. Agroingredientes processados fisicamente – a maioria já tem regras claras.
4. Agroingredientes processados quimicamente – certificados por leis que permitam que sejam autorizados sob o guarda-chuva da “Química Verde”.
5. Materiais sintéticos – esta é a categoria que vai direcionar a transição entre a situação corrente e os objetivos e direção deste padrão.

Estes são os pontos que precisam ser seguidos para que o meio ambiente e o bem-estar do homem no planeta sejam preservados.

Para propósitos práticos pretende-se como objetivo assegurar a transição entre as possibilidades de avanço tecnológico do hoje para o amanhã e promover o desenvolvimento dos cosméticos da maneira mais natural e orgânica.

Isso se faz necessário para que o consumidor seja informado de maneira clara e transparente para que possam ser atores na manutenção do desenvolvimento sustentável.

Em resumo, sem a participação efetiva do elemento da ponta do processo - o consumidor -, não haverá esta possível evolução.



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