Temas Dermatológicos

A Proteção das Unhas

Janeiro/Fevereiro 2006

Denise Steiner

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Denise Steiner

Além da função estética, as unhas servem para a proteção dos dedos, auxiliam na sensibilidade tátil fina. Crescem aproximadamente 1 cm por mês, e esse crescimento diminui com a idade. Fatores mecânicos e químicos podem agredir a unha e provocar distrofias. Doenças internas também têm relação com a modificação da aparência ungueal. O cuidado diário das unhas é importante não só do ponto de vista estético, como também da saúde global do indivíduo.

É comum no consultório dermatológico a queixa de “descamação e enfraquecimento das unhas”. Isso se deve a agressões constantes por produtos químicos, água e pequenos traumas.

A hidratação da lâmina ungueal, com cremes à base de vaselina, uréia, lactato de amônio e silicone aplicados com suaves massagens de duas a três vezes ao dia, assim como esmaltes à base de formol, podem torná-las mais resistentes. Quando necessário utilizar suplementação vitamínica, usando aminoácidos, entre estas a cisteína, rica em enxofre e vitaminas do complexo B.

A unha está sujeita à infecção por fungos e bactérias. Pacientes debilitados, atletas que constantemente se machucam durante os exercícios e mulheres que tiram as cutículas (os conhecidos “bifes”) provocam a quebra da barreira natural, permitindo a entrada desses agentes que, posteriormente, vão causar doenças.

As doenças infecciosas mais comuns são as micoses, causadas por fungos ou leveduras. As onicomicoses,
como são chamadas, podem provocar espessamento e coloração amarelo-acastanhada, muitas vezes descolando o leito ungueal. Para o tratamento das onicomicoses, deve-se levar em conta o grau de alteração, idade, doenças concomitantes e medicações em uso. Para o tratamento, são utilizadas medicações orais e tópicas (esmaltes), por períodos de três a seis meses.

Para o tratamento médico são utilizados esmaltes ou medicações antifúngicas, via oral, por períodos prolongados.

Outra queixa comum nos consultórios é a presença de manchas brancas nas unhas, muitas vezes atribuídas à falta de cálcio, o que não é verdadeiro. Podem ter causas variadas, como doenças renais ou dermatológicas, porém os mais comuns são os traumas. Pequenos traumatismos, muitas vezes desprezados no dia-a-dia, são os responsáveis por essa ocorrência tão comum.

A cutícula também é freqüente sede de infecções, levando à paroníquia, também chamada popularmente de “unheiro” ou “doença das lavadeiras”. Caracteriza-se por inchaço doloroso e vermelho, eritematoso do tecido, periungueal com ausência de cutícula, deixando passagem livre para o compartimento abaixo da prega ungueal. Tem como fatores desencadeantes principalmente a umidade e a utilização de produtos químicos.

Recomenda-se o uso de cremes ou soluções tópicas de antibióticos e antifúngicos. Manter as unhas sempre limpas e secas faz parte da higiene pessoal, contribuindo para manter a sua boa saúde.

Infelizmente, ainda nos dia de hoje, observa-se que o hábito de roer unhas, apesar de causar um constrangimento estético, é visto com certa freqüência. Esmaltes e cremes à base de substâncias de gosto desagradável são utilizados para o tratamento, mas às vezes somente a psicoterapia ajuda a controlar a ansiedade, melhorando o quadro. Dependendo da intensidade da destruição, podem ocorrer deformidades permanentes.

Unhas encravadas são extremamente dolorosas. Normalmente devido à técnica inadequada para cortar as unhas (corte excessivo dos cantos), levando à formação de um tecido de granulação, de superfície sangrante. As gestantes apresentam tendência a unha encravada, necessitando maior cuidado. Técnicas especiais, com uso de pequenas próteses de silicone, são utilizadas para evitar o encravamento. Em casos graves, a cirurgia para retirada do canto da unha é a melhor solução.



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