Boas Práticas

BPF e o Impacto na Organização

Janeiro/Fevereiro 2006

Carlos Alberto Trevisan

colunistas@tecnopress-editora.com.br

Carlos Alberto Trevisan

A o aceitar o convite dos editores para escrever a coluna Boas Práticas consideramos de extrema importância, além de abordar tópicos, aprofundar a conceituação das BPF e C no que se refere à forma como são interpretadas na maioria nas empresas.

Quando da introdução no Brasil das Boas Práticas de Fabricação e Controle (BPF e C ou GMP, do inglês, Good Manufacturing Practices), a expressão manufacturing foi interpretada como “fabricação” resultando que até hoje, ao apresentar o tema aos proprietários ou gestores das empresas, estes o relacionam como um “assunto de fábrica”.

Infelizmente, este conceito muitas vezes limita a implantação das BPF e C, resultando num esforço, quando não infrutífero, desproporcional aos resultados obtidos.

Antes de prosseguir nesta linha de raciocínio, devemos considerar a definição das BPF e C que pode ser enunciada como: “conjunto de procedimentos seguros a serem praticados pelas empresas com o objetivo de assegurar a natureza e a qualidade pretendidas.”

A expressão “procedimentos” nos leva à seguinte pergunta:

- Quem executa os procedimentos?

E a resposta obviamente será:

- Pessoas!

E, portanto, é para essas pessoas que deve ser dirigida toda a atenção quando se consideram as BPF e C.

Como, se não a principal, as BPF e C são das mais importantes ferramentas da Qualidade quando considerado o conceito de Qualidade Total.

Como toda e qualquer atividade que envolva pessoas o requisito básico é que exista, por parte delas, comprometimento, isto é, resultado de conscientização e participação.

Estes pré-requisitos constituem na realidade o “Calcanhar de Aquiles” de qualquer processo de BPF e C. Basta frustrar a expectativa criada, quando o colaborador da empresa está comprometido, para que o processo seja interrompido e gradualmente desmorone como um castelo de cartas.

A avaliação do impacto na organização causado pela implantação das BPF e C pode ser explicada na figura esquemática que é auto-explicativa.

Como reforço para o entendimento da figura seguem alguns exemplos de como qualquer atividade da empresa impacta no cumprimento das BPF e C quando já implantadas ou durante o seu processo de implantação:

- Engenharia de Projeto: um produto com deficiência na sua criação, seja na formulação e processo ou nas características de embalagem, pode inviabilizar o cumprimento das BPF e C

- Disposição após o uso: este é um dos tópicos mais recentes incorporados às BPF e C, pois está intimamente ligado ao comprometimento da atividade da empresa com o Meio Ambiente

- Vendas e distribuição: a qualidade do produto como é do conhecimento de todos resulta da prática em todas as fases envolvidas até que chegue às mãos do consumidor: “Conceito das BPF e C inserido na Qualidade Total”

- Inspeção/Ensaio/Exame: estas atividades impactam o CQ, o Sistema de Qualificação e/ou Certificação de Fornecedores e a Qualidade Assegurada etc.

Perspicaz, acreditamos que o leitor já percebeu a umbilical relação existente entre as BPF e C a Qualidade.



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