Temas Dermatológicos

Olheiras

Janeiro/Fevereiro 2009

Denise Steiner

colunistas@tecnopress-editora.com.br

Denise Steiner

A queixa de ter olheira é muito freqüente em qualquer idade. Os círculos escuros, afundados e, às vezes, com bolsas deixam aparência cansada e comprometem a estética do rosto.

A chamada olheira pode ser dividida em dois tipos básicos: aquela onde existe a mudança de cor e aquela onde a pele está flácida ou com bolsas de gordura. A primeira é encontrada com mais freqüência em pessoas jovens e tem relação com algumas etnias. Neste caso, ocorrem desde cedo, comprometendo as crianças e piorando nas situações de cansaço e estresse, podendo ser analisados dois aspectos distintos que explicaremos a seguir.

Quando os olhos são muito fundos, com um degrau em relação à região da pálpebra, a olheira fica ainda mais realçada.

Numa segunda situação existe apenas a mudança de cor, sem “afundamento” dos olhos.

Em muitos casos, vasos superficiais, localizados nesta região, são os principais responsáveis pelo aspecto de olheira.

A pele da pálpebra é fina e sem glândulas sebáceas. É mais delicada, seca, sensível e devido à sua transparência deixa evidentes os vasos da região. Não se deve esquecer que a pele que cobre a área dos olhos é muito delicada, com espessura de apenas 0,4 milímetros, enquanto a pele restante do corpo mede 2 milímetros. Estes vasos são naturais, porém, em grande quantidade, dilatam e contraem conforme estímulos internos e externos.

Este é o motivo pelo qual situações de cansaço, pré-menstruação, ressaca, doenças, entre outros, deixam mais evidentes estas marcas profundas no olhar. O atópico, indivíduo com forte tendência alérgica, tanto na parte respiratória (asma, rinite) como na pele (dermatites) é mais propenso a ter olheiras e, a cada crise da doença, o seu aspecto piora.

No caso das pessoas com olheiras, mas que têm olhos afundados, os vasos também são responsáveis pelo escurecimento, porém esse afundamento deixa a região mais evidente e marcada.

Este tipo de traço piora com o envelhecimento do rosto. O tom da pele de cada pessoa também evidencia para mais ou para menos o aspecto das olheiras. Pessoas mais pálidas e morenas têm aparência mais marcante, evidenciando a mudança de cor da região palpebral.

Em geral, embora o sol cause prejuízos à pele, quando o bronzeamento é intenso, as olheiras ficam menos evidentes.

Com o passar do tempo, o rosto vai ficando mais manchado e a pele mais flácida.

As manchas ocorrem porque a célula que produz o pigmento perde a capacidade de distribuí-lo de maneira homogênea, acumulando-o em determinadas regiões.

Além disso, os vasos presentes na região das olheiras provocam discretas hemorragias e a hemossiderina permanece na pele transformando-se numa tatuagem natural. A hemossiderina é um pigmento muito difícil de ser eliminado devido à profundidade em que se localiza.

A flacidez piora com o passar do tempo, pois a produção de colágeno torna-se menos eficiente. A pele da pálpebra, por ser mais fina, evidencia mais esta flacidez.

As bolsas de gordura na região da pálpebra são marcas registradas de alguns indivíduos.

Estas podem acumular com o tempo e causar uma aparência inestética, comprometendo a sua qualidade de vida.

Há muitos tratamentos que podem ser indicados para a correção das olheiras, desde cremes até procedimentos com laser e cirúrgicos.

Os cremes podem ter princípios ativos descongestionantes, calmantes, clareadores e também aqueles que estimulam a formação de colágeno. Esses produtos podem ser corretivos contendo pigmentos cor da pele.

Os cremes devem e podem ser usados diariamente, duas vezes, antes do filtro solar, durante o dia, e à noite. Os produtos antiolheiras são mais eficientes quando usados como coadjuvantes de outros tratamentos. O laser e a luz pulsada têm sido muito utilizados para destruir o excesso de vasos e também o acúmulo de hemossiderina. Há necessidade de várias sessões com laser específico e energia controlada. Em alguns casos, a cirurgia é a melhor opção, retirando o excesso de pele e a bolsa de gordura, ou somente a bolsa de gordura.

Os peelings são alternativas. Os suaves, à base de ácidos retinóicos, glicólico ou solução de jessner, em concentrações adequadas para a área dos olhos, promovem a renovação da camada superficial da pele, amenizando as olheiras. O peeling de fenol, que é profundo, pode clarear as olheiras e diminuir a flacidez, devido seu potencial na produção de colágeno.

O tratamento das olheiras ainda é um desafio para o especialista.



Outros Colunistas:

Deixe seu comentário

código captcha

Seja o Primeiro a comentar

Novos Produtos