Embalagens

Filtro de luz nas embalagens

Novembro/Dezembro 2008

Antonio Celso da Silva

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Antonio Celso da Silva

O fim do ano se aproxima: Natal, Ano Novo, perspectiva de vendas melhores e, em conjunto, o verão. Tempo de muita luz e temperaturas elevadas.

Com os dias quentes e ensolarados, duas preocupações são comuns para os fabricantes de cosméticos: uma é a queda da viscosidade dos produtos, em função do aumento da temperatura ambiente. A outra é com relação à estabilidade da cor dos produtos, principalmente naqueles em que a embalagem é transparente, notadamente shampoos, condicionadores, sabonetes líquidos e loções hidratantes.

A preocupação com a queda de viscosidade existe; no entanto, não para aquelas empresas nas quais seus formuladores tiveram o necessário cuidado de submeter seus novos produtos aos testes de estabilidade. Esses testes garantem que as características do produto não sejam alteradas no Nordeste brasileiro a 40oC, ou no Sul, a 10oC, ou seja, a natural queda da viscosidade, em função da temperatura ambiente, não pode comprometer a eficácia ou a segurança do produto.

Com relação à estabilidade da cor, a preocupação é um pouco maior, embora também se façam necessários os testes de compatibilidade da embalagem com o produto durante o processo de desenvolvimento. Um dos pontos de avaliação no teste de compatibilidade é exatamente a estabilidade da cor, em presença direta de luz artificial e luz solar. Nesse aspecto, as empresas que atuam no mercado porta-a-porta levam alguma vantagem, pois não têm seus produtos expostos nos pontos de venda, muito deles sofrendo a ação direta e forte da luz solar ou da luz artificial nas vitrines.

Para manter a cor do produto existe o caminho químico, ou seja, a incorporação de filtro de luz na formulação do produto. Este caminho é muito utilizado e eficaz; porém, como conseqüência, ocorrem as incompatibilidades desses filtros, considerando que eles fazem parte da fórmula do produto. Um outro problema é que esses filtros normalmente têm uma determinada coloração que, inevitavelmente, acaba também colorindo levemente o produto.

O outro caminho, que vem sendo cada vez mais utilizado para manter a cor do produto, é a adição de filtros de luz na embalagem. Óbvio que a necessidade de filtro de luz é somente nas embalagens transparentes, na sua maioria PET (polietileno tereftalato) ou PVC (cloreto de polivinila). Além de evitar as incompatibilidades químicas, se comparado com o filtro no produto, é um excelente apelo de marketing e comprovadamente muito eficaz.

Em se optando pela adição de filtro de luz na embalagem são necessários alguns cuidados prévios:

- Fornecedor – Procure comprar a embalagem de um fornecedor que já trabalhe com essa tecnologia.

- Teste de eficácia - É importante fazer o teste de eficácia do filtro, usando-se vários e diferentes percentuais para detectar o mais efetivo na menor quantidade de uso porque o custo desses filtros pode inviabilizar o projeto.

- Cor - Alguns filtros deixam a embalagem ligeiramente azulada; outros amarelada. É preciso avaliar essa alteração de cor da embalagem com o produto no seu interior. Produtos de cor azul, por exemplo, podem externamente aparentar tons esverdeados se o filtro de luz conferir uma coloração amarelada à embalagem.

- Processo - O filtro pode ser adicionado durante o processo de sopro da embalagem e, neste caso, é de inteira responsabilidade do fabricante da embalagem manter a homogeneidade do filtro com os demais componentes durante o processo. O mais usual, no entanto, é o fabricante comprar a matéria-prima (PET, PVC etc.) já com o filtro incorporado.

- Controle de qualidade - Ainda não existe (ou pelo menos não conheço) um método – simples, eficiente, rápido e barato – para detectar o filtro de luz na embalagem, principalmente considerando-se o aspecto quantitativo; entretanto é um dos pontos que deve ser abordado e negociado com o fornecedor, pois ele pode orientar como fazer os testes no recebimento do lote.

Esses filtros são realmente eficazes; no entanto é preciso atentar para os cuidados mencionados anteriormente e não “comer” etapas durante a fase de testes, sob pena de não encontrar uma solução, mas sim ganhar um problema.



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