Mercado

Esmaltes e tratamento das unhas

Julho/Agosto 2007

Carlos Alberto Pacheco

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Carlos Alberto Pacheco

Há quem diga que a história de uma vida pode ser contada pelas mãos de uma pessoa. Através de um aperto de mão você pode inferir a virilidade, o nível social, o grau de vaidade, e outros aspectos que no conjunto podem formar um quadro da sua personalidade. Muito observada em entrevistas de emprego pelos avaliadores para detectar o grau de apresentação pessoal e vaidade. As unhas acabam sendo a parte de destaque das mãos por isso alvo de cuidados corrente por seus donos.

A poluição atmosférica, a radiação solar diária, os agentes químicos presentes em detergentes, sabonetes e solventes, bem como os inevitáveis impactos físicos sobre as unhas e cutículas são os vilões dos maus tratos que sofrem. Sem falar no velho hábito de roer as unhas (onicofagia), adquirido na infância e para alguns ao longo da vida adulta também, considerado por muitos como típico de pessoas com alto grau de ansiedade. E por isto e muito mais é que as indústrias inundam constantemente os olhos dos consumidores com uma infinidade de produtos destinados a recuperar a beleza, indo desde simples recobrimento até tratamentos.

O mercado de produtos para as unhas vai além dos produtos químicos. Hoje há especialistas chamados de designer de unhas que têm como foco a personalização das unhas com desenhos, cores específicas e até incrustação de objetos como diamantes ou outras pedras na superfície. Outros caminham no sentido da aplicação de “strass”, unhas postiças e etc..

No universo feminino o uso de esmalte já é consagrado. No masculino, embora não tão recente, mas sem dúvida mais forte do que antes, também faz parte da rotina de quem vive o mercado cosmético.

O mercado infantil merece consideração especial. Isto é tanto verdade que o Ministério da Saúde, na RDC 211 de 14/7/2005, classifica os esmaltes como produtos de grau de risco 1 - passíveis apenas de notificação, ou seja: possuem “propriedades básicas ou elementares, cuja comprovação não seja inicialmente necessária e não requeiram informações detalhadas quanto ao seu modo de usar e suas restrições de uso”. No entanto, a linha destinada ao público infantil é classificada como produtos com grau de risco 2 – os quais “possuem indicações específicas, cujas características exigem comprovação de segurança e/ou eficácia, bem como informações e cuidados, modo e restrições de uso”. O controle da Anvisa tem sido bastante severo nesta categoria de produtos, haja vista em anos recentes a ampla divulgação na mídia dos casos em relação às empresas Impala e Avamiller nos últimos anos. Aqui se inclui os famosos esmaltes que incentivam a perda do hábito de roer as unhas com benzoato de denatônio.

O faturamento ex-works com estes produtos no primeiro bimestre apresentou crescimento percentual em relação ao mesmo período do ano passado de mais de 25%(conforme Abihpec). Dentre as categorias deste segmento o grupo “Esmalte cremoso/transparente” é o mais representativo com cerca de 60% do faturamento na porta da fábrica, seguido pelo grupo “Esmalte cintilante” com 23%. Em relação ao grupo “Base” os que se apresentam com apelos de tratamento representam faturamento maior quando comparados com os sem alegação de benefícios de tratamento.

No âmbito mundial, em termos de mercado consumidor, os produtos para unhas representam 10% do consumo total gasto apenas com Maquiagem, que compreende também produtos para os lábios, olhos e rosto. É o menos representativo e o que apresentou a menor taxa de crescimento - 6,7% no período entre 2000/2004 (Euromonitor).

Já na América Latina, como os hábitos de consumo são diferentes, a categoria produtos para unhas ocupa a segunda posição em termos de gasto com maquiagem no mesmo período. A parte mais representativa deste mercado, sem dúvida é o Brasil, e a representatividade desta categoria é levemente mais acentuada do que em outros países da região – 28% dos gastos são destinados para esta categoria que ocupa o segundo lugar em termos de gasto com maquiagem.

O mercado é extremamente concentrado na mão de poucos fabricantes, como Avon, L´Óreal, Revlon, Niasi, Marcelo Beauty, Payot entre outras.

Fato curioso tem sido aumento do consumo de esmaltes transparentes para uso masculino no uso doméstico, quando antes se observava o consumo disto apenas em salões de beleza e barbearias. Essa mudança de hábito deverá ser alvo de campanhas de marketing para a quebra de tabus, uma vez que o metrossexual veio para ficar. Vale a pena dar atenção a esse pequeno, porém bom pagador nicho de mercado, que não faz conta de chegada e visa apenas à satisfação dos anseios hedonistas.



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