Tricologia

Genotricologia

Janeiro/Fevereiro 2025

Valcinir Bedin

colunistas@tecnopress-editora.com.br

Valcinir Bedin

Essa é uma palavra estranha! Realmente ela nem existe nos nossos dicionários, pois foi criada a partir de outras duas: genética e tricologia. Esta última todos conhecemos, é o estudo dos pelos e cabelos. E genética, segundo os estudiosos, é a área da biologia que estuda a hereditariedade, ou seja, como as características de um organismo são transmitidas para seus descendentes. Além disso, ela também analisa os genes, que são partes do DNA, e as funções que eles desempenham.

A genética ajuda a mapear as doenças e seu tratamento. Alguns de seus conceitos básicos são:

- DNA: molécula de ácido desoxirribonucleico que carrega toda a informação genética de um organismo.

- Cromossomo: uma molécula de DNA condensada, enrolada em proteínas.

- Gene: segmento de DNA localizado em locais específicos dos cromossomos, responsável pela determinação da síntese proteica.

- Lócus: é a posição que o gene ocupa no cromossomo.

- Alelos: são genes que ocupam o mesmo lócus no par de cromossomos homólogos.

- Característica dominante: é a característica que necessita de apenas um gene para se manifestar. Nesse caso, se manifestará mesmo que o gene seja heterozigoto.

- Característica recessiva: é a característica que necessita de dois genes para se manifestar. Nesse caso, se manifestará somente na homozigose.

- Cromossomos sexuais: cromossomos X (feminino) e Y (masculino) em humanos, que estão relacionados à determinação do sexo.

- Cromossomos homólogos: os cromossomos contêm o mesmo conjunto de lócus, porém não são cópias um do outro.

- Diploide: é o número de cromossomos encontrados nas células somáticas.

- Haploide: número de cromossomos presentes em um gameta, com apenas um membro de cada par cromossômico.

- Genoma: sequência completa do DNA contendo todas as informações genéticas de um indivíduo.

- Genótipo: é a composição genética de um organismo.

- Fenótipo: é a manifestação externa do genótipo, porém pode ser influenciada pelo ambiente.

- Heterozigoto: o indivíduo que possui alelos diferentes em um mesmo lócus.

- Homozigoto: o indivíduo que possui alelos iguais em um mesmo lócus

Características como cor, espessura, forma, flexibilidade do fio e quantidade de queratina no cabelo variam entre as diferentes pessoas, e essas características são influenciadas por inúmeras variações genéticas presentes no DNA.

A cor do cabelo é dada pela melanina depositada no fio, um pigmento natural produzido por células específicas chamadas melanócitos. Existem dois tipos de melanina: a eumelanina (cor preta-marrom) e a feomelanina (cor amarela-vermelha). A concentração e a proporção das diferentes moléculas de melanina ao longo do fio são responsáveis por grande parte da variação na cor de cabelo, indo dos fios pretos/castanhos aos loiros/vermelhos. Cabelos pretos e castanhos têm grande e moderada quantidade de eumelanina, respectivamente, enquanto cabelos loiros têm pouca quantidade desse pigmento.

Já nos cabelos ruivos predomina a feomelanina, com pequenas quantidades de eumelanina.

Um dos genes mais estudados que influencia na cor de cabelo é o MCR1. Esse gene controla o tipo de melanina que será produzida pelo melanócito. Quando esse gene está ativo, a produção de eumelanina pelo melanócito é maior; já quando ele está inativo, a produção de feomelanina é maior.

Além disso, esse é apenas um dos genes que determinam a cor de cabelo. Existem outros que interferem justamente na ação que a proteína produzida pelo gene MCR1 faz. Assim, a cor do cabelo é resultado também da interação de vários genes.

É natural que, conforme envelhecemos, os melanócitos diminuam a produção de melanina, o que faz com que o fio se torne branco ou acinzentado, podendo ser assim em todo o seu comprimento ou apenas em uma parte.

Quanto aos genes relacionados ao embranquecimento dos fios, cientistas têm pistas e genes candidatos, como aqueles que promovem o embranquecimento precoce e genes que desencadeiam a diminuição da pigmentação do fio.

E a calvície é genética? Sim, fatores genéticos são uma das causas da calvície, além do uso de medicamentos, anomalias na estrutura que forma o cabelo, estresse e outros fatores. O que sabemos hoje é que a calvície tem um tipo de relação genética chamado de herança poligênica, em que estão envolvidos vários genes no processo. Assim, não podemos dizer que o culpado pela calvície seja apenas o pai ou a mãe.

A síndrome do cabelo impenteável é mais do que apenas um cabelo difícil. Como o próprio nome sugere, é o cabelo que se destaca em todos os ângulos, tornando quase impossível domar e muito menos pentear. Geralmente, começa em crianças entre as idades de 3 meses e 12 anos e é caracterizada por cabelos crespos loiro palha ou loiro prateado.

A variação humana na aparência, inclusive no cabelo, é resultado de muitas pequenas variações em nossos genes na população global. Quando ocorre uma mutação em um gene, às vezes isso leva a uma mudança na função da proteína. Se essa proteína estiver no folículo piloso, é mais do que provável que o cabelo pareça diferente. Então pode ser castanho, loiro, cacheado, grosso, liso, ruivo ou até careca.



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