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O tema central dessa edição é felicidade e bem-estar.
Mas como abordar esse tema em se tratando de embalagens?
Falando como profissional de embalagem e usuário de cosméticos, não fica difícil se consideramos que não fabricamos peças frias, como pregos e parafusos, mas sim produtos que elevam a autoestima e trazem felicidade, bem-estar, sedução e, acima de tudo, nos fazem sonhar.
Isso só é possível se o produto, esse corpo sedutor, for recoberto por uma roupa que o mereça, uma roupa chamada embalagem.
Essa roupa precisa complementar o produto enobrecendo e enriquecendo seu conteúdo, facilitando o uso, informando e transportando, que são as funções principais de uma embalagem.
Ficamos felizes e de bem com a vida se a embalagem complementar o claim do produto, e aqui podemos elencar diversos problemas que nos chateiam e nos fazem deixar de comprar o produto:
- Incompatibilidade do produto com a embalagem: muitas vezes nos deparamos com embalagens estufadas ou chupadas (colapsadas), produto migrando para fora do frasco através dos poros da resina de composição desse frasco, como, por exemplo, pela ação do óleo mineral contido na formulação de um produto em contato com o polietileno (PE) resina de composição do frasco;
- Rótulo ou etiqueta soltando pela ação dessa migração, deixando a embalagem “melecada”;
- Produto mudando de cor pela ação de raios solares ou mesmo pela luz direta de uma vitrine nas embalagens transparentes com falta de proteção UV, seja no produto ou na embalagem;
- Embalagens de maquiagem trincadas pela ação de algum componente da formulação, como, por exemplo, palmitato ou miristato de isopropila, em contato com tampas transparentes feitas de poliestireno (PS); e
- Bandejas de folhas de flandres usadas em pancakes que enferrujam ao entrar em contato com a esponja úmida para o efetivo uso produto.
Tudo isso são problemas que encontramos nos pontos de venda ou, muitas vezes, na mão do consumidor. Mas esses problemas poderiam ter sido evitados se a empresa tivesse submetido o produto ao teste de compatibilidade com a embalagem, feito na fase de desenvolvimento do produto, após a definição da formulação e a embalagem com sua respectiva resina de composição.
Esse teste não é uma exigência da Anvisa, mas é mandatório para detectar problemas de compatibilidade embalagem/produto antes de ir para o mercado. Ele pode ser feito em paralelo com o teste de estabilidade – esse sim obrigatório pela Anvisa.
Citamos acima os problemas que nos chateiam e que poderiam ser evitados, mas também existem outros problemas na embalagem que são resultado de negligência, falhas na produção da embalagem e desatenção no controle de qualidade, tanto do fabricante da embalagem quanto da área de recebimento da empresa que fabrica o produto. São eles:
- Ponto de injeção saliente às vezes cortante, numa tampa, resultado da falta de controle da injeção da resina no molde ou mesmo falta de uma maneira mais inteligente de posicionar o ponto de injeção;
- Frascos plásticos que trincam ou se quebram ao cair da mão do consumidor durante o uso, resultado de escolha errada da resina de composição do frasco;
- Frascos plásticos que amassam no transporte ou durante o uso do produto, resultado da distribuição incorreta da resina durante o sopro na fabricação do frasco ou mesmo por economia, fazendo um frasco com peso menor, incompatível com o peso ou volume do produto;
- Maquiagens que abrem na bolsa, resultado da falta de controle do dispositivo de fechamento da embalagem;
- Frascos que vazam, resultado da falta de torque da tampa, teste de acoplamento frasco tampa ou mesmo diferenças incompatíveis de diâmetro máximo e mínimo entre frasco e tampa;
- Tampas difíceis de abrir ou abrindo com muita facilidade, resultado da falta de teste no acoplamento frasco tampa ou diferenças incompatíveis de diâmetro entre essas duas peças; e
- Válvulas entupidas ou que não funcionam direito, resultado da escolha errada do tipo de válvula para o produto ou mesmo resíduos no produto que obstruem a passagem do líquido pela válvula. Isso nos irrita muito quando a válvula tem um acoplamento no frasco feito por recrave, o que impossibilita definitivamente o uso do produto.
Elencamos aqui apenas alguns problemas que nos irritam nas embalagens e não nos fazem felizes com a compra do produto.
Na verdade, o que fiz foi relatar um pouco do dia a dia de um controle de qualidade no recebimento das embalagens nas empresas. É óbvio que nem sempre as causas dos problemas são necessariamente as que citei.
Finalizando e fazendo jus ao tema dessa edição, só seremos felizes e só teremos a sensação de bem-estar se o cosmético que compramos estiver com suas embalagens livres desses problemas aqui relatados.
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