Embale Certo

Embalagens para influenciadoras

Julho/Agosto 2023

Antonio Celso da Silva

colunistas@tecnopress-editora.com.br

Antonio Celso da Silva

O mercado cosmético vive um boom de influen- ciadoras querendo lançar suas marcas. Obvia- mente querendo seguir o exemplo das grandes influenciadoras que fazem sucesso, vendem muito e ficaram milionárias.

Na sua grande maioria, elas não sabem por onde começar, e essa falta de conhecimento gera um grande desconforto para os terceiristas procurados por elas.

Tenho visto diversos exemplos de influenciadoras que têm apenas uma ideia na cabeça e um grande número de seguidores porém não sabem em que canal de venda atuar, que produtos lançar, em que quantidades e – o que é pior – querem lançar sua linha no mês seguinte, desconhecendo totalmente a legislação vigente, segundo a qual um dos testes obrigatórios para regularizar o produto junto à Anvisa demora 90 dias.

É muito comum também elas chegarem nos terceiristas e pedirem para usar uma de suas fórmulas e colocar a marca delas, pois já querem sair vendendo. Isso não é possível legalmente.

Óbvio que algumas usam o caminho correto, que é procurar um bom consultor para começar o seu projeto de forma certa e sem riscos futuros de apreensão do produto por descumprir a legislação.

Toda essa quantidade de influenciadoras querendo lançar sua marca e esse total desconhecimento de como fazer certo levaram a Associação Brasileira de Cosmetologia a organizar um evento mostrando o passo a passo correto desse processo, evento esse que deve ser repetido na Beauty Fair em setembro.

Com relação ao canal de venda, boa parte delas querem atuar no canal eletrônico (e-commerce), mas também não sabem como encaminhar isso.

O que é fato é que essas influenciadoras que já fazem sucesso com sua linha de produtos, trabalharam muito, também apanharam muito para chegar aonde chegaram. Porque não basta ter produto, mesmo que seja excelente, tem que ter a comunicação com o público-alvo (o que elas realmente sabem fazer) e um canal de venda definido e estruturado.

O desconhecimento do processo correto passa também pelo item considerado mais caro num produto, que normalmente é a embalagem.

O produto é composto por duas partes distintas. O chamado bulk, que é o produto em si, composto pelo conjunto de diversas matérias-primas, cada uma com sua função específica.

A outra parte é a embalagem, ou melhor as embalagens, e cada peça tem sua função específica, que é conter, informar, vedar, facilitar o uso, transportar etc.

E onde as influenciadoras podem buscar essas embalagens? Existem alguns caminhos, sendo que o primeiro deles (e não recomendado) é a internet. Não é recomendado pela quantidade de informações, diversidade de modelos e falta de informação mais precisa do que exatamente elas precisam.

Outro caminho é procurar os fornecedores, sendo que, normalmente, os fornecedores só atendem empresas estabelecidas e que têm um projeto com início, meio e fim, além de um briefing detalhado do que se quer.

Em São Paulo, na região da Barra Funda, temos a galeria das embalagens cosméticas, onde os grandes e pequenos fabricantes e distribuidores de embalagens têm espaços para expor suas embalagens e apresentar ao público que a visita.

Os terceiristas normalmente fazem a busca dessas embalagens de acordo com o gosto das influenciadoras e a compatibilidade com os produtos que estão sendo desenvolvidos.

Os bons terceiristas têm o que a gente chama de showroom de embalagens, onde as influenciadoras podem ver e avaliar fisicamente cada embalagem.

Por fim, a maneira mais rápida, correta e com pouca possibilidade de erro é colocar no projeto coordenado pelo consultor também essa procura pela embalagem.

Os bons consultores conhecem e têm livre acesso aos fabricantes, inclusive para pedir amostras para avaliação visual e testes.

É fundamental também ressaltar que existem duas maneiras de conseguir a sua embalagem. A primeira é a procura por emba- lagens standard, ou seja, que já existem no mercado, são comuns a várias marcas, sendo diferenciadas pela decoração gráfica específica para cada uma.

A outra maneira é mandar fazer o seu molde próprio da embalagem, exclusivo e com as características da sua marca. Óbvio que nesse caso a quantidade mínima de compra tem que ser obedecida de acordo com cada fabricante da embalagem e também deve-se observar se é uma embalagem mais simples obtida pelo molde através do processo de sopro ou se é uma embalagem mais cara, complicada e com várias peças obtidas pelo molde num processo de injeção.

Seja qual for a maneira de se procurar a embalagem, o que se aconselha é que as influenciadoras usem o serviço de um consultor especializado e com larga experiência no setor.

Concluindo, existe muito espaço para novas marcas em todos os canais de venda, porém o fundamental é que as influenciadoras acompanhem todo o processo e não lance apenas mais um produto, mas um produto diferenciado inclusive pela embalagem



Outros Colunistas:

Deixe seu comentário

código captcha

Seja o Primeiro a comentar

Novos Produtos