Embale Certo

Embalagens para produtos pet

Janeiro/Fevereiro 2022

Antonio Celso da Silva

colunistas@tecnopress-editora.com.br

Antonio Celso da Silva

É notório o crescimento do mercado de cos- méticos pet. Dados recentes mostram que cresce mais que o mercado de cosméticos para humanos. Sem dúvida, essa alta também acontece nos demais produtos pet, notadamente nos alimentos.

Quando falamos de cosméticos pet, excluímos aqui aqueles com ação terapêutica, que obviamente não pertencem ao grupo de produtos com a finalidade de embelezamento.

Por legislação, esses produtos não podem ser fabricados numa empresa que não tenha a licença do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), que é o órgão go- vernamental que regula esse setor.

Volltando ao crescimento desse setor, percebe-se que o que não acompanha essa alta são os tipos e modelos de embalagem, seja para uma linha profissional ou mesmo para uma linha comercial - aquelas que são vendidas nas lojas.

Se visitarmos uma loja, um banho e tosa ou mesmo buscar- mos na internet, vamos ver a mesma cara de embalagem para diferentes produtos e diferentes marcas, ou seja, embalagens padrão de mercado, diferenciadas apenas por aspectos como acabamento, cor, hot stamping e rótulos.

É interessante notar que ainda não nasceu (ou não é do meu conhecimento) um fabricante de embalagens com foco no mercado pet, mesmo que isso seja apenas mais um apelo mer- cadológico. Os fabricantes de embalagens pet são os mesmo de embalagens cosméticas para humanos.

Outra constatação é que as marcas pet não investem em moldes próprios, talvez por não acreditarem que isso seja um diferencial de vendas ou por receio e desconhecimento de prazos e custos de um molde próprio. Vale ressaltar aqui que, quando falamos em molde próprio para embalagens de cosméticos pet, estamos falando basicamente de embalagens sopradas nas quais o molde tem um custo relativamente pequeno e os prazos de entrega são bem interessantes. Ou seja, ter um molde próprio, com a cara da marca, pode sim ser um diferencial, considerando que pouco se inova nesse mercado em termos de formulação, novos ativos etc.

É importante considerar também que ter um molde próprio garante independência à marca, isto é, ela pode fabricar essa embalagem com quem quiser (desde que tenha equipamento compatível) e, assim, não fica presa ao fornecedor dono do molde, além de fugir do modelo standard de mercado que muitas marcas usam.

Isso, na verdade, também acontece no mercado de cosméticos humanos, porém com muito mais investimento em moldes próprios além de foco em inovação de produtos. Com raras exceções, o que se vê no mercado pet é sempre mais do mesmo.

É óbvio que as facilidades de um molde de sopro não se apli- cam ao molde de injeção, que são as tampas e válvulas. Porém o que confere um diferencial a essas embalagens são os frascos, os potes, que são embalagens sopradas e podem ser feitas em qualquer modelo e tamanho.

Vale lembrar que tanto numa embalagem padrão de mercado quanto numa resultante de um molde próprio é necessário rea- lizar o teste de compatibilidade da embalagem com o produto durante o desenvolvimento.
Esse teste visa detectar incompatibilidades químicas e físicas entre o material de composição da embalagem e as matérias-primas da fórmula do produto. Por isso o teste só pode ser feito após definidas a fórmula e a embalagem. Qualquer alteração nesses dois componentes após iniciado o teste implica em cancelamento do teste em andamento, voltando-se à estaca zero com os novos componentes.

Alteração de cor do produto ou da embalagem, migração, estufamento, encolhimento e stress são características de in- compatibilidade entre a embalagem e o produto.

O teste de compatibilidade pode ser feito em paralelo com o teste de estabilidade da formulação.

O material mais usado e mais compatível com a maioria das formulações de produtos pet é o PET (polietileno tereftalato), que tem excelente transparência e memória plástica. O PEBD (polietileno de baixa densidade) e o PEAD (polietileno de alta densidade) também são bem compatíveis e muito utilizados, porém não têm a transparência do PET.

Falando em qualidade, vale ressaltar que o controle de quali- dade para essas embalagens é exatamente o mesmo das embala- gens de cosméticos humanos, ou seja, avaliação do dimensional e atributos (aspectos visuais), necessidade de padrões físicos, especificação técnica, desenho técnico da peça, definição de plano de amostragem e NQA (nível de qualidade aceitável). Deve ser feito por amostragem em 100% dos lotes recebidos.

Finalizando, todos sabemos que a embalagem tanto para cosméticos humanos quanto pet pode custar mais caro que o produto. A diferença é que, no cosmético humano, a embalagem vende o produto. Com o crescimento desse setor, isso também vai acontecer no mercado pet, e sairá na frente quem se diferen- ciar pela embalagem.



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