Temas Dermatológicos

Conceitos atuais sobre fotoproteção

Setembro/Outubro 2021

Denise Steiner

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Denise Steiner

Proteger-se da radiação solar é fundamental para a saúde da pele. O Sol emite vários tipos de radiação, tais como UVA, UVB, luz visível e infravermelho.

Quando essas radiações penetram na pele, cada uma provoca um tipo de dano, conforme a profundidade atingida ou o tipo de mecanismo de interação com as estruturas cutâneas.

A radiação UVB chega à superfície cutânea por volta das 10 horas, persistindo até as 14 horas. Essa radiação atinge diretamente o DNA celular, sendo a maior responsável pelo câncer de pele. Essa radiação também queima a pele, deixando-a vermelha e inflamada.

A radiação UVA, que incide durante todo o dia, penetra mais profundamente e agride vasos, fibras, outras células, folículo pilossebáceo, glândulas etc., envelhecendo a pele e sendo responsável por rugas, vasos dilatados e flacidez. Sendo assim, a radiação solar tem 40% de luz visível, que, ao penetrar na pele, provoca manchas. Essa radiação escurece mais as peles mais morenas e também piora aquelas que já estão manchadas.

A radiação infravermelha esquenta a pele e promove vasodilatação, causando algumas doenças de pele.

Devemos usar filtro solar para tomar sol e também todos os dias, para evitar esse conjunto de agressões que envelhecem, mancham e causam câncer de pele.

O filtro solar deve proteger da radiação UVB e, para tanto, ele tem um fator de proteção solar, FPS. Quando no rótulo do filtro vem escrito FPS 50, significa que ele possui 50 vezes a capacidade de proteger em relação à dose eritematosa mínima da radiação ultravioleta B.

Vamos exemplificar: uma pessoa vai à praia sem qualquer filtro solar e demora 5 minutos para ficar avermelhada. O filtro solar com FPS 50 significa que ela poderá ficar 5 minutos x 50 = 250 minutos antes de ficar vermelha ou queimada. Vale lembrar que a pele, quando fica vermelha, já corre risco de câncer de pele.

O filtro também deve ter proteção em relação à radiação UVA e, então, estará escrito a palavra UVA ou PPD, que é a sigla de proteção para UVA.

Em geral, o ideal é que o filtro solar proteja de UVB, por exemplo, 60 e 1/3 para UVA, no exemplo, 20. Esse é um bom equilíbrio entre os filtros. Portanto, os filtros convencionais não protegem da luz visível. Somente filtros com pigmento protegem da luz visível. O melhor pigmento colorido para proteção é o óxido de ferro.

O filtro solar para usar no dia a dia pode ter FPS ao redor de 30 e PPD 10 e, de preferência, ter cor, principalmente para pessoas morenas e manchadas.

No tratamento do melasma, o filtro solar precisa ter cor, além de FPS e PPD altos. No caso do melasma, o filtro solar também precisa esconder a mancha.

Os filtros solares não protegem do calor da radiação infravermelha. O protetor solar pode ter agregado na sua formulação componentes como vitaminas antioxidantes (C e E), que também protegem da radiação infravermelha.

Na próxima coluna, trarei mais informações sobre as formulações dos filtros solares e também as Recomendações do Primeiro Consenso de Fotoproteção do Brasil, realizado durante a gestão 2013-2014 da Sociedade Brasileira de Dermatologia, SBD, da qual eu tive a honra de ser presidente.



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