Temas Dermatológicos

Cosmiatria e produtos para a pele

Março/Abril 2021

Denise Steiner

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Denise Steiner

A área de cosmiatria nos últimos anos tem avançado a passos largos, aliando tecnologia e pesquisa para melhores resultados finais.

Em relação ao uso de produtos tópicos, principalmente para o envelhecimento, surgem ativos novos todos os dias que precisam ser vistos de maneira crítica e objetiva.

O ácido retinoico, já consagrado, tem embasamento científi co suficiente para ser reconhecido como opção terapêutica para o tratamento do fotoenvelhecimento. Entre suas funções, está a regulação da formação da camada córnea, a melhora da proliferação dos queratinócitos e a promoção da angiogênese e neocolagênese, que revertem positivamente sinais do fotoenvelhecimento. A fronteira do conhecimento está no desafi o de utilizá-lo sem que provoque irritação em posologias e que tenham resultados.

A tretinoína micronizada com liberação controlada provoca menos irritação, sendo uma boa opção por conta da necessidade de uma aplicação que não cause inflamação.

O ácido retinoico é utilizado em tratamentos de acne e fotoenvelhecimento e pode ser usado durante os meses ensolarados, pois não causa fotossensibilidade.

Trabalhos mais recentes apontam que a ação do ácido retinoico é irritativa devido à modulação na camada córnea e à angiogênese. Porém, os vasos neoformados são competentes, levando melhor nutrição à pele como um todo.

Em relação aos antioxidantes de uso tópico, houve muito avanço nos últimos tempos. O maior conhecimento do processo de oxidação com a formação de cadeias superóxidas que desencadeiam uma cascata inflamatória, com aumento de citoquinas e fatores tumorais, leva ao desgaste e ao envelhecimento da cútis de uma maneira geral. Várias estruturas são atingidas, como: vasos, células, fibras e também o DNA, que mais tarde se transforma também em tumores malignos.

A vitamina C, com seu efeito antioxidante, é uma das representantes principais no arsenal de substâncias utilizadas para este fim.

Recentemente, foi comprovado que a pele fotoenvelhecida apresenta uma infl amação crônica subclínica que representa um fator acelerador no envelhecimento. Neste processo infl amatório, estão ativados vários mediadores que funcionam como estímulos provocativos e agressores.

A idenobenona, o ácido lipoico e o chá-verde, entre outros, são alguns dos ativos que despontam como potenciais agentes antienvelhecimento.

Essas substâncias, em especial o chá-verde, vêm sendo testadas como antitumorais e fazem parte de ensaios clínicos na quimioprevenção da melanona.

Há inúmeros trabalhos que tentam padronizar as doses diárias e a utilização para o uso dos antioxidantes no tratamento do envelhecimento cutâneo.

Os peptídeos também despontam como opção interessante no tratamento da pele fotodanifi cada. Eles são moléculas grandes de aminoácidos e podem ter funções diversas como: sinalizadores, carregadores e neuromoduladores.

Estas moléculas, pela facilidade de penetração, podem sinalizar e transportar substâncias para planos mais profundos da pele. Através de ação em neuro-hormônios, os peptídeos também podem modificar processos exacerbados da pele.

Hoje a fronteira reside em combinarmos de maneira correta os cremes para preservar o dano oxidativo gerado principalmente pela ação da radiação ultravioleta.

Na área de preenchimentos, desde o tempo do colágeno, muita coisa evoluiu, e temos mais recursos para o tratamento de rugas e sulcos.




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