Boas Práticas

Vigilância contínua

Março/Abril 2021

Carlos Alberto Trevisan

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Carlos Alberto Trevisan

A atual pandemia exige das organizações que cumpram e façam cumprir as determinações sanitárias de segurança, que envolvem o distanciamento, a proteção individual, o trabalho remoto, etc.

Algumas empresas, negligentemente, não proporcionam aos seus colaboradores meios de seguirem essas determinações, pois acreditam que os riscos trazidos pela pandemia motivam os colaboradores a cumpri-las.

Considero que essa justifi cativa tem alguns inconvenientes, pois exime a organização da responsabilidade de criar as condições para efetivamente implantar e monitorar o cumprimento das determinações.

Enganam–se aqueles que pensam que o simples fornecimento de luvas, máscaras e álcool em gel, fazer a medição de temperatura de seus colaboradores, etc. são suficientes para que as determinações sejam atendidas.

A realidade é muito diversa do que se espera, pois o requisito fundamental para que as determinações sejam efetivamente cumpridas passa pela real motivação dos colaboradores para que se obtenha os resultados de proteção esperados.

Alguns podem argumentar que o próprio medo do contágio e, consequentemente, da morte seja um importante fator de motivação, mas o que temos visto no dia a dia é que o comportamental da população diverge dessa lógica.

A organização deve estabelecer protocolos de verificação e de acompanhamento das ações que ocorrem no dia a dia, para ter certeza de que as determinações sanitárias de segurança estão sendo cumpridas pelos seus colaboradores.

Alguns podem questionar a atividade de monitoramento, pois, dependendo do número de colaboradores da empresa, as difi culdades em acompanhar se eles estão cumprindo as determinações podem ser enormes.

Deve-se considerar que existem várias técnicas de monitoramento para avaliar o cumprimento ou não das determinações estabelecidas.

Uma dessas técnicas é a observação, no dia a dia, do comportamento do colaborador durante sua permanência na empresa, seja durante sua atividade laboral, seja enquanto ele estiver realizando outras atividades, como usar o refeitório, descansar no pátio após o almoço e participar de reuniões de trabalho.

Deve-se mencionar que o uso inadequado das máscaras (no queixo, no pescoço, guardadas nos bolsos, etc) é um fato incontestável da ausência de motivação do colaborador e que a forma inadequada de utilizar o álcool em gel também indica seu desconhecimento das determinações sanitárias de segurança relativas à pandemia ou sua desmotivação.

Muitas organizações consideram que as notícias divulgadas todos os dias pela televisão, pelos jornais e pelas rádios servem como forma de comunicação da gravidade da pandemia aos seus colaboradores, ou seja, do que “todo mundo já sabe”. Contudo, essas empresas não percebem que seus colaboradores podem não associar essas notícias com as determinações dessas organizações.

Outra técnica que pode ser aplicada para avaliar o cumprimento ou não das determinações é o diálogo contínuo com os colaboradores. Quando alguma atitude não adequada for constatada, deve-se imediatamente tentar saber por que o colaborador teve essa atitude.

Sabemos que as consequências emocionais, para as pessoas, da atual condição de confi namento, do consequente cerceamento das possibilidades de convivência e de obrigações comportamentais podem ser extremamente danosas. Se não houver atenção médica para diminuir a ansiedade dos colaboradores, poderá ocorrer o comprometimento de sua saúde mental no final da pandemia. Por esse motivo, é necessário acompanhar o comportamento dos colaboradores para evitar consequências negativas no futuro.




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