Tricologia

Pelos corporais merecem nossa atenção?

Janeiro/Fevereiro 2021

Valcinir Bedin

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Valcinir Bedin

Pelos são anexos da epiderme e se espalham pelo corpo todo, exceto em cinco locais: planta dos pés, palmas das mãos, glande peniana, pequenos lábios vaginais e leito das unhas. Ao todo são aproximadamente 5 milhões de unidades, sendo que 1,5 milhão fica localizado no chamado segmento cefálico, que é a parte que vai do pescoço até o topo da cabeça.

Muito se discute sobre a importância dos pelos. Grosso modo, o pelo não tem função vital alguma, isto é, podemos viver sem ele. Mas sabemos que, ao menos do ponto de vista emocional, os pelos desempenham uma função importantíssima, tanto que sua falta e seu excesso são considerados doenças, segundo o Código Internacional de Doenças.

Os pelos do couro cabeludo, também conhecidos como cabelos, são aqueles que recebem maior atenção dos formuladores, sendo a produção de produtos para conservação e cuidados um dos maiores mercados do mundo.

Mas não queremos abordar neste texto este grupo de produtos e sim o espaço potencial que os outros pelos apresentam aos formuladores. Para tanto, vamos falar dos pelos corporais de maneira didática.

Vamos começar pela associação dos hormônios com os pelos. Nesse quesito, podemos dizer que essas estruturas podem ser classificadas em três grupos: sem relação hormonal, com baixa relação hormonal e com alta relação hormonal.

Para facilitar, vamos pensar nas diferenças que vemos nos gêneros masculino e feminino. Pelos que aparecem muito mais em homens do que em mulheres têm alta relação hormonal, como os da região da barba. Com baixa relação hormonal, temos os pelos pubianos, e sem relação hormonal temos os pelos das axilas e dos cílios, por exemplo.

Algumas religiões fazem associações com os pelos do corpo. O relacionamento com Deus feito através das barbas e a fertilidade da mulher vista nos pelos axilares são algumas delas.

Uma norma social do Ocidente é depilar o corpo, sendo que essa retirada tem vários mecanismos, químicos e mecânicos. Sem entrar na polêmica da depilação, podemos afi rmar que o ideal é não retirar os pelos do corpo e deixá-los naturalmente onde eles nasceram. Mas, se a opção for por livrar-se deles, do ponto de vista médico, a opção menos ruim seria a do uso da cera quente. Lâminas flutuantes e tecnologias a laser também podem ser utilizadas. Ceras frias e aparelhos elétricos também têm seu espaço. Produtos químicos que destroem a queratina têm o inconveniente de, além dos pelos, danificarem também uma parte da pele.

Nesta área, temos um espaço grande para a criação de produtos que hidratem os pelos e a pele adjacente, produtos protetores da pele e produtos recuperadores da pele depilada, além do desenvolvimento de produtos e instrumentais para a própria depilação.

Indo além, os pelos pubianos têm tido cada vez mais o olhar dos formuladores. O hábito de depilar esses pelos é renegado pelos médicos, que sabem que este ato pode expor a área íntima a fatores agressivos externos mecânicos e biológicos. O que se sugere para aqueles que não gostariam de ter esses pelos crescendo livremente é que os mantenham aparados e tratados com produtos que os deixem saudáveis, hidratados e, eventualmente, tingidos.

Neste campo das tinturas, podemos nos lembrar também dos produtos para cílios e sobrancelhas, que devem ter os cuidados especiais que essas regiões exigem.

Os pelos orificiais são um capítulo à parte quando tratamos dessas estruturas. Eles têm funções específicas e demandam cuidados maiores. São pelos encontrados nas narinas, nos olhos e nas orelhas. Pelos perianais também se enquadram neste grupo. Podem ser aparados, mas não devem ser retirados totalmente, pois sua função é servir como um filtro protetor contra as agressões externas.

As mudanças climáticas, como o vento ou o frio, podem agredir estes pelos, especialmente os cílios, que, no inverno, precisam de maiores cuidados, como o uso de um hidratante, por exemplo.

Resumindo o assunto, penso que existe um campo ainda pouco explorado que pode ser estudado como um nicho de mercado, pois a necessidade existe e só precisa ser explorada.



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