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O cabelo é exposto à mesma radiação que a sua pele. Estamos acostumados a proteger nossa pele com protetor solar, mas muitas vezes esquecemos que o cabelo também precisa de proteção. Diferentemente do que acontece na pele, os raios ultravioletas não causam câncer no cabelo, embora o couro cabeludo esteja sujeito à doença.
O cabelo que sai da sua cabeça é um material morto. Você não pode sentir a parte morta do cabelo, e não dói quando o Sol o atinge. Mas o Sol defi nitivamente causa muitos problemas, como ressecamento, perda da cor natural ou artificial e perda de proteÃnas, deixando a haste mais frágil e quebradiça.
Uma das agressões mais visÃveis na haste é o amolecimento das cutÃculas, que leva à sua abertura e à degradação da proteÃna do córtex dos fios. Esta alteração leva à perda do brilho e piora da penteabilidade, pelo mesmo motivo.
Produtos protetores de cabelo podem e devem ser usados durante todo o ano, embora seja necessário ficar mais atento quando o Sol estiver mais intenso. Se você tiver uma exposição prolongada ao Sol, se estiver na praia ou de férias, obviamente seria um momento para fi car ainda mais consciente disso, mas, como regra geral, é seguro usá-lo o tempo todo, pois as radiações não deixam de existir na primavera ou no inverno.
Quando falamos de quantificação de proteção solar, ouvimos sempre o termo FPS seguido de um número. Este número indica a quantidade de tempo que podemos deixar esta pele exposta ao sol sendo protegida, em comparação com a mesma exposição sem o produto.
Infelizmente, os fios do cabelo não mudam de cor imediatamente quando expostos ao Sol como a pele (que fica vermelha), então não conseguimos ter uma avaliação de momento do dano que o Sol causa à cabeleira. Somente em nÃvel laboratorial podemos ter uma quantificação da perda proteica ou da perda de cor dos fios para se ter um dado numérico confiável.
Alguns trabalhos cientÃficos têm sido realizados ao redor do mundo para dar suporte a estas teorias. A exposição excessiva ao Sol é a causa mais frequente de comprometimento estrutural do eixo capilar. O comprometimento fotoquÃmico do cabelo inclui degradação e perda de proteÃnas capilares, bem como degradação do pigmento capilar. A degradação das proteÃnas capilares é induzida por comprimentos de onda de 254-400 nm. A radiação UVB é responsável pela perda de proteÃna capilar, e a radiação UVA é responsável pelas alterações de cor. A absorção da radiação nos aminoácidos fotossensÃveis do cabelo e sua degradação fotoquÃmica produzem radicais livres. Eles têm um impacto adverso nas proteÃnas capilares, especialmente na queratina. A melanina pode imobilizar parcialmente os radicais livres e bloquear sua entrada na matriz de queratina. Também absorve e fi ltra radiações UV adversas. Portanto, a melanina é importante para a proteção direta e indireta das proteÃnas capilares. Proteger a cutÃcula é muito importante para manter a integridade do fi o de cabelo. Pode-se conseguir isso evitando impactos nocivos ou implementando produtos para os cabelos com fi ltros UV. Atualmente, grandes estudos e pesquisas são realizados para criar produtos que evitem danos aos cabelos.
No nosso meio, existe um trabalho conduzido pela Prof. Dra. Maria Valéria Velasco, da Faculdade de Farmácia da Universidade de São Paulo (USP), que aborda este assunto. Neste artigo, são discutidos os efeitos negativos da radiação solar nas propriedades capilares. Apesar de saber que a radiação danifica o cabelo, não há consenso sobre o efeito especÃfico de cada segmento de radiação solar no eixo do cabelo. Os produtos de fotoproteção capilar destinam-se principalmente a cabelos tingidos, especialmente pigmentos ruivos e tons de cinza. Eles geralmente são baseados em silicones, antioxidantes e filtros quÃmicos quaternários, que têm mais afinidade com a superfÃcie do cabelo carregada negativamente e apresentam maior eficácia. Infelizmente, não existem parâmetros regulados, como na fotoproteção cutânea, para avaliação da efi cácia dos produtos capilares, o que impossibilita a comparação dos resultados publicados na literatura. Assim, é importante que os pesquisadores se esforcem para aplicar condições experimentais semelhantes a um nÃvel real de exposição ao sol, como dose, irradiância, tempo, temperatura e umidade relativa.
Acreditando muito na engenhosidade dos nossos pesquisadores, teremos, com certeza, num futuro bem próximo, produtos mais efi cazes para nossa proteção.
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