Boas Práticas

Semelhança e coincidência

Março/Abril 2020

Carlos Alberto Trevisan

colunistas@tecnopress-editora.com.br

Carlos Alberto Trevisan

Sem a intenção de utilizar a atual pandemia causada pelo novo coronavírus como parâmetro, nesta oportunidade vou fazer uma reflexão com o objetivo de apontar, de modo inquestionável, as consequências da ausência de ações preventivas contra não conformidades, poderão trazer danos para o sistema de Qualidade nas organizações.

Guardadas as devidas proporções, em quaisquer áreas, ao longo do tempo, a omissão dos gestores é que tem dado causa a fatos de graves consequências. Esclarecendo melhor, a contumaz ausência de ações preventivas acaba surgindo, de modo extremamente danoso, quando menos se espera. Por essa razão, devemos reforçar o conceito de que “Qualidade é prevenção”.

Inúmeras vezes, na minha atividade de consultoria, para a implantação das Boas Práticas de Fabricação, indiquei os pontos de não conformidades que deveriam ser evitados em:

● ambientes de vestiários e sanitários: devem-se considerar as condições de conservação de armários, vasos sanitários e chuveiros, especialmente quanto ao seu uso adequado, sem danos decorrentes de atos de vandalismo, sem que esses ambientes sejam utilizados para descanso ou para refeições e, o mais importante, eles devem ser adequados à quantidade de colaboradores;
● ambientes de refeitórios;
● ambiente de pesagem: a atividade de pesagem, como sabemos, é a mais importante do processo de fabricação. A boa organização dessa área vai evitar pesagens não conformes, que teriam consequências irremediáveis;
ambiente de áreas produtivas: nessas áreas, é primordial observar as efetivas condições de higiene e limpeza, e a documentação de registro das operações;
● ambientes de armazenagem;
● ambiente de laboratórios, em especial microbiologia quando houver;
● ambiente de áreas adjacentes às áreas de produção;
● documentação adequada e confiável: deve-se enfatizar a necessidade da existência da documentação com registros confi áveis que possibilitem o rastreio efetivo das atividades e dos processos praticados;
● utilização correta de EPIs, especialmente máscaras, luvas, toucas, uniformes, aventais pro pé etc., quando necessários; esse é um dos aspectos comportamentais mais importantes, tendo em vista que os EPIs são destinados ao uso no período de trabalho, mas, não raramente, são vistos em uso fora dos ambientes internos e muitas vezes são guardados nos bolsos, além de ser utilizados pelos funcionários para sentar no chão;
● equipamentos e utensílios nas áreas operacionais;
● equipamentos de laboratório;
● condições reais de limpeza e sanitização em todos os ambientes, equipamentos e utensílios;
● comportamentos dos colaboradores lembrando que “quem faz a Qualidade são pessoas”;
● treinamento;
● atendimento das reclamações;
● tratamento das devoluções e recall;
● tratamento das não conformidades;
● sistema de água;
● sistema da qualidade, quando houver;
● controle da qualidade, em especial da amostragem.

Finalmente devo mencionar o treinamento dos colaboradores como atividade obrigatória e permanente. Essa é a única ferramenta que existe para capacitar e qualifi cá-los.

Se os gestores das atividades não investirem na manutenção da integridade do sistema da Qualidade, nem apostarem nas ações preventivas, quando meno s se esperar, poderá surgir um desequilíbrio operacional com consequências graves para a organização, similar ao que estamos vivendo nos dias de hoje.



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