Embale Certo

Embalagens para cosméticos: o que vem por aí?

Novembro/Dezembro 2019

Antonio Celso da Silva

colunistas@tecnopress-editora.com.br

Antonio Celso da Silva

Mais um ano chega ao fim. Como diria aquele famoso locutor esportivo do passado, “crepúsculo de jogo, fecham-se as cortinas e termina o espetáculo”.

Para algumas empresas, o ano realmente foi um espetáculo, principalmente o quarto trimestre, no fechar das cortinas. Pena que não tenha sido assim o ano todo. Na verdade, algumas empresas fecham bem o ano, notadamente terceiristas e aquelas que têm maquiagem e dermocosméticos no seu portfólio. Observando um pouquinho mais, vemos que as empresas que passaram longe da crise são aquelas que fizeram parcerias com digital influencers de credibilidade e com milhões de seguidores. Costumo dizer que antes, para aumentar as vendas, era só colocar no principal canal de televisão, mas hoje essa realidade mudou - e muito. Para que isso aconteça, basta fazer uma boa parceria com essas meninas.

Por outro lado, vemos a maioria das empresas ainda reclamando que o ano foi ruim, que a crise não acabou etc. Será que não está faltando tempero, “sair do quadrado nessas empresas”?

Mas o que nos espera então para 2020? De novo, a expectativa é grande, mas eu particularmente vejo o renascimento de tradicionais marcas, que voltarão ao topo, e o desaparecimento de outras, que darão lugar para novas e arrojadas marcas.

E como ficam as embalagens? O que o consumidor espera de novidades e o que as empresas efetivamente estarão fazendo para atendê-lo?

Com certeza, no topo do que vem por aí estão a sustentabilidade, a logística reversa e a criação de novas embalagens que possam atender os apelos dos produtos veganos, verdes, orgânicos e naturais, que virão com força total no próximo ano.

O que mais vem por aí?

Realidade aumentada nas embalagens: Embora ainda não regulamentada pela Anvisa, o que imagino que seja uma questão de tempo e solicitação por parte do setor cosmético, essa tecnologia vem revolucionar a rotulagem dos produtos, tornando-os mais visíveis, práticos e com os vídeos falando tudo sobre o produto inclusive seu storytelling.

Embalagens menores com produtos mais concentrados: A exemplo do que já vem acontecendo nos produtos de limpeza, essa também será uma realidade nos cosméticos, principalmente nas embalagens plásticas, que compõem a maior família dos materiais de embalagens nos cosméticos. Isso com o objetivo de reduzir a quantidade/volume dessas embalagens, que acabam indo para o meio ambiente.

A morte das embalagens secundárias: Depois das embalagens recicladas, o foco será a eliminação das embalagens secundárias dos produtos. Quando falamos de embalagens secundárias, estamos falando principalmente dos cartuchos, mais conhecidos como caixinhas, que acabam indo para o lixo, ficando o consumidor apenas com a embalagem que contém o produto (primária).

Embalagens cartonadas: Nas embalagens de maquiagem, a resina plástica mais utilizada é o PS (poliestireno), que fica na natureza muito mais tempo que os outros plásticos, por ser duro e de paredes grossas. A substituição dessas embalagens por cartonadas já é uma realidade, embora com preço ainda quase que proibitivo, mas com certeza isso vai se ajustando até chegar ao preço das atuais plásticas.

Embalagens biodegradáveis: Não basta ter o apelo de reciclável. O que se busca é que sejam efetivamente biodegradáveis. Já temos o plástico derivado de vegetais, mas a novidade apresentada esse ano por um grande fabricante de embalagens PET é a adição de um componente nessa resina que torna a embalagem final biodegradável. Nesse sentido, já vemos outras ações, tais como embalagens de shampoo que se autodestroem após o uso. Embora não seja cosmético, talvez a melhor invenção seja uma máquina que espreme o suco da laranja e, com a sua casca, faz na hora o copo biodegradável para ser usado e descartado.

Existem várias outras novidades em termos de embalagem que vêm por aí, mas não poderia deixar de citar a grande e necessária tendência que é a embalagem...

Friendly age: Como disse a Marta Pongidor em sua palestra no Fórum Brasileiro de Embalagens deste ano, o envelhecimento da população é um fenômeno global - o mundo está envelhecendo. A população mundial com mais de 60 anos deve dobrar até 2030 e praticamente triplicar até 2050, e, o idoso de 2050 já nasceu. Isso requer embalagens adequadas para essa população, tanto no aspecto visual, com leitura facilitada, quanto no aspecto do manuseio.

Acabei vendo na televisão agora, antes de finalizar essa matéria, que o prefeito de São Paulo está para assinar o Projeto de Lei 99/2019 que proíbe o uso de talheres, pratos, copos e garrafinhas que sejam de plástico. Essa lei vai valer depois de um ano de assinada, e as pesadas multas acontecerão a partir de 2021.

O cerco está se fechando e, com certeza, os cosméticos não vão ficar de fora.

*Texto atualizado na edição digital em 29/11/2019



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