Tricologia

Cabelos e o antienvelhecimento

Julho/Agosto 2019

Valcinir Bedin

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Valcinir Bedin

Envelhecer é um processo dinâmico que evolui com o passar do tempo, com mudanças clínicas, fisiológicas, histológicas e psicológicas.

É um fenômeno tão complexo quanto inevitável! Nos últimos anos, tem aumentado o interesse, o estudo e o entendimento dos processos de envelhecimento em função do aumento da longevidade. Em 1980, as pessoas com mais de 70 anos eram 330 milhões e, em 2019, o número de pessoas nessa faixa etária já passa de 1 bilhão!

Existe um envelhecimento programado a nível celular e molecular. O relógio biológico leva a mudanças na visão, perda de cálcio, diminuição da audição e da capacidade pulmonar, e existe o envelhecimento acidental, causado por agentes circunstanciais que levam a danos do DNA, ação dos radicais livres, desgaste natural da vida diária etc.

Podemos resumir o envelhecimento como uma perda progressiva da função máxima e capacidade de reserva com diminuição dos telômeros que são continuação de ácidos nucleicos e prolongamentos de cromossomos levando à perda de proteção dos cromossomas, que atua como relógio biológico destruindo a proteção do DNA, alterando a regulação da carcinogênese com o aparecimento de foto-envelhecimento e senescência proliferativa. A enzima telomerase que foi descoberta por pesquisas em engenharia genética, é encontrada em células germinativas e cancerosas e parece recuperar e repor telômeros e manter a integridade dos cromossomos.

Em 1940, começaram os estudos e pesquisas para entender por que envelhecemos. Algumas teorias forma lançadas. Vamos listar e resumir cada uma delas.

- Teoria da Mutação: parte da ideia de que mudanças ocorrem nos genes que são fundamentais para a vida.

- Anomalias Cromossômicas: leva em conta a perda de bases teloméricas que levariam a uma diminuição do tamanho dos telômeros.

- Teoria das Alterações Moleculares e Enzimáticas: consiste na redução da atividade da glutationa peroxidase, da catalase, da glutationa redutase e dos inibidores da metaloproteinase.

- Teoria da Estimulação Tímica: hormônios tímicos estimulam e controlam a produção de neurotransmissores e o cérebro, o sistema hormonal endócrino. Com o passar dos anos, ocorre a imunosenescência tímica, com o enfraquecimento do sistema imune.

- Teoria dos Radicais Livres: radicais livres atacam a estrutura da membrana celular gerando produtos metabólicos danosos. O que leva ao envelhecimento são os efeitos adversos, como o fato de impedir o reparo e a reprodução celular, causar distúrbios na síntese do DNA e do RNA, interferir na síntese das proteínas, destruir enzimas celulares, levando à apoptose celular. Atacam colágeno e elastina com perda da elasticidade e formação de rugas.

- Acúmulo de Detritos Celulares: produção exagerada de resíduos celulares que interfere nas funções celulares, levando à apoptose.

- Teoria Limite de Hayfl ick: em 1961, Hayflick e Moore, dois biólogos, demonstraram a senescência em cultura de células humanas. Fibroblastos têm capacidade de divisão limitada a 50 vezes ao ano. Alterações e degeneração nas células, membranas e material genético levariam à parada da replicação.

- Hormônio da Morte: a diminuição da glândula pituitária leva à perda de neurônios (não se replicam). O envelhecimento leva à liberação do DECO (Decreasing Oxygen Consumption Hormone), que, por sua vez, leva à inibição da atividade da tiroxina (diminui a energia) com aceleração do envelhecimento.

- Desgaste Natural: danos celulares e do corpo provocados por excesso de uso e abusos, levando a alterações nos órgãos. O fígado, o estômago, os rins e a pele ficam lesados por toxinas provenientes de nossa dieta e do meio ambiente. Outros agressores são as radiações UV e o estresse físico-emocional.

- Teoria Neuroendócrina: ocorreria um desgaste natural do sistema neuroendócrino. Os hormônios são responsáveis pelo reparo e pela regulação das funções do corpo. Quando somos jovens, há maiores níveis hormonais. À medida que ficamos mais velhos, eles diminuem os níveis hormonais (células metabolicamente inativas).

Levando em conta essas informações, o formulador de produtos anti-aging poderá desenvolver uma linha de proteção para os cabelos, retardando esse processo natural, mas tão perverso!



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