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A pele é o tecido que envolve todo o organismo, tendo como principal função a barreira entre o meio interno e o externo. Desse modo, promove proteção contra o calor, a luz solar, lesões e infecções, assim como o armazenamento de água e a produção de vitamina D. Também recebe estÃmulos do ambiente e age no mecanismo para regulação da temperatura corporal. Compõe-se de 3 camadas: a superior (epiderme), a intermediária (derme ou cório) e a profunda (hipoderme ou tecido celular subcutâneo).
Como todos os órgãos, a pele sofre progressivo e contÃnuo processo de envelhecimento fisiológico, que se caracteriza por alterações celulares e moleculares em todas as camadas, com diminuição progressiva da capacidade de homeostase do organismo. O envelhecimento cutâneo divide-se em: intrÃnseco (ou cronológico) e extrÃnseco (ou fotoenvelhecimento), relacionado diretamente à exposição solar crônica persistente.
O mecanismo intrÃnseco depende do tempo e tem relação com danos endógenos cumulativos, devido à contÃnua formação das espécies reativas de oxigênio. Também depende das caracterÃsticas genéticas. Com o envelhecimento, ocorrem alterações moleculares, como no reparo do DNA telomérico, os telômeros correspondem à porção terminal do cromossomo que não sofre replicação a cada mitose. Assim, ocorre uma diminuição do comprimento do telômero a cada ciclo celular. Quando este alcança um comprimento muito reduzido, ocorre parada do ciclo celular ou apoptose.
Já o envelhecimento extrÃnseco está relacionado com vários fatores, tais como radiação ionizante, estresse fÃsico e psicológico, má nutrição, excesso alimentar, poluição ambiental e exposição a radiação ultravioleta, o que sugere que o envelhecimento se dá por dano ambiental cumulativo, sendo a radiação ultravioleta e o tabagismo os principais fatores envolvidos.
Na pele, ambos os mecanismos (genéticos e ambientais) contribuem para o processo de envelhecimento. Muitas funções celulares se alteram com o envelhecimento, porém podem ser aceleradas pela exposição solar. O fotoenvelhecimento é caracterizado por vários sinais clÃnicos, como despigmentação, flacidez, tom amarelado, rugas, telangiectasias, aparência grosseira e malignidades cutâneas. O fotodano é representado inicialmente pela desorganização das fi bras de colágeno que constituem a estrutura do tecido conectivo e acúmulo de material anormal e amorfo contendo elastina. A pele fotoenvelhecida tem mais câncer de pele.
Os cânceres de pele têm se tornado cada vez mais frequentes. Para uma melhor compreensão, eles são divididos em melanoma (MM) e não melanoma - grupo do qual fazem parte as neoplasias mais comuns, que são o carcinoma basocelular (CBC) e o carcinoma espinocelular (CEC)).
O CBC é o tipo mais comum de câncer de pele. É constituÃdo por células semelhantes à da camada basal de epiderme. Tem uma frequência de 80% a 85% entre os casos de câncer de pele, raramente promove metástases para outros órgãos, porém apresenta malignidade local, podendo invadir e destruir tecidos adjacentes, inclusive ossos. A severidade é quantificada pelo tipo histológico e pela localização do tumor, sendo que a detecção precoce é um fator importante para reduzir sua morbidade.
O CEC é o segundo tipo mais frequente e origina-se da proliferação atÃpica das células da camada espinhosa da epiderme. Sua frequência varia de 10% a 15% entre os casos de câncer de pele, podendo provocar metástases. Dessa forma, apresenta um prognóstico mais reservado, dependente dos fatores de risco para recidiva e invasão de outros tecidos.
O CBC e o CEC são mais comumente encontrados em áreas expostas, como região cervical e face.
Os melanomas podem surgir em geral entre 30 e 60 anos, sendo mais frequentes no sexo masculino. Originam-se de transformação do melanócito localizado na junção epidérmica em melanócito atÃpico. Podem estar relacionados com a presença de nevo melanocÃtico de junção ou composto, ainda que em 70% dos casos não seja relatada a existência prévia de nevo pigmentar. Vários fatores atuam como participantes da gênese do melanoma, tais como fatores genéticos e ambientais. A radiação ultravioleta é o principal fator ambiental, pois provoca dano no DNA celular. Os melanomas são mais frequentes em pessoas com pele, cabelos e olhos claros e estão relacionados à exposição solar, além de pessoas que tiveram queimaduras solares, principalmente na infância.
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