Boas Práticas

Pessoas versus máquinas

Julho/Agosto 2019

Carlos Alberto Trevisan

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Carlos Alberto Trevisan

Com o advento do conceito de inteligência artificial (IA) e suas aplicações, tornou-se necessário refletir sobre suas possíveis consequências em relação à melhoria da qualidade de vida e ao desaparecimento de várias ocupações.

Novas tecnologias, em poucos anos, possivelmente causarão enorme impacto nas atividades de pessoas e organizações.

No Brasil, ainda existe uma proteção de natureza paternalista quanto às relações entre economia e trabalho, que, por absoluta necessidade de progresso, deverá ser revista. Essa revisão já foi iniciada recentemente com algumas alterações feitas na legislação trabalhista.

Neste ponto, deve ser mencionado que o grande entrave em absorver o impacto das novas tecnologias está na baixa capacitação da mão de obra. Esse entrave impossibilita a implementação de alternativas para substituir as operações simples que essa mão de obra executa atualmente por operações complexas.

Deve-se também comentar que muitas atividades poderão ser substituídas por outras atividades externas que dispensem a presença do funcionário nas dependências da empresa. Essas atividades poderão ser realizadas em casa ou em outro local fora da empresa.

Algumas considerações que faço sobre essa nova realidade são:

• A maioria das atividades humanas pode ser eliminada
com o uso da tecnologia.

• A atividade automatizada já faz parte da grande maioria das operações. Tarefas de maior complexidade são executadas por pessoas.

• A simbiose entre a máquina e o operador resulta no aumento da qualidade e, consequentemente, da produtividade.

• À medida que as atividades são automatizadas, o valor dessas atividades diminui. Ao contrário, tarefas mais complexas passam a ser mais valorizadas.

As pessoas que quiserem se manter atualizadas devem
preocupar-se em adotar as seguintes estratégias:

• Ter pensamento crítico.

• Adotar uma forma de atacar e resolver possíveis problemas.

• Saber lidar com dificuldades cada vez mais complexas.

A forma de lidar com as ações que afetam as pessoas vai requerer, dos gestores em geral, bons conhecimentos sobre a psicologia dos relacionamentos, no que se refere a como abordar as novas expectativas dos colaboradores, a de que forma incentivar os colaboradores que eventualmente poderão ser substituídos a procurar pela atualização tecnológica e a realizar as demais ações que sejam necessárias para que se mantenham nas empresas e realizem seus trabalhos de outras formas.

Devemos sempre considerar que as melhorias resultantes da incorporação, pelas empresas, dos novos conceitos advindos dos progressos da tecnologia não devem, obviamente, impactar de forma adversa no relacionamento dessas organizações com seus clientes.

As melhorias e os seus resultados devem sempre ser divulgados para que as empresas não sofram possíveis represálias. Essas melhorias devem ser bem compreendidas pelos grupos sociais, que são tão atuantes no presente momento e que o serão ainda mais no futuro.

Por último, deixo aqui um alerta para o fato de que as melhorias propostas por meio do uso da inteligência artificial e das demais tecnologias não devem ser vistas apenas como mera redução de custos, mas sim como acréscimos de valor em todos os seus aspectos.



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