Embale Certo

Embalagem e Sustentabilidade

Maio/Junho 2011

Antonio Celso da Silva

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Antonio Celso da Silva

Embalagem e sustentabilidade Quando se trata de meio ambiente, poluição, efeito estufa, ecossistema e reciclagem, a palavra que já nos acostumamos a ouvir é “sustentabilidade”. Mas, o que é mesmo sustentabilidade? Será que ela vai resolver ou, pelo menos, minimizar os problemas do mundo, despoluir rios, reduzir a poluição ambiental, reflorestar as áreas desmatadas e acalmar a mãe natureza?É um pouco tarde para consertar o que o homem devastou. Contudo, é preciso fazer algo para, ao menos, tentar frear os estragos que tem sido feitos. No que nos diz respeito, produzir cosméticos de maneira sustentável é o que podemos fazer para contribuir para o sucesso desse processo. No entanto, ao fabricamos cosméticos cuja fi nalidade é embelezar, proporcionar prazer, aumentar a autoestima das pessoas e fazer o mundo mais feliz, não estamos, de certa forma, também praticando a sustentabilidade? Como o nosso assunto é embalagem, prefiro deixar essa resposta para os usuários “ecoconscientes”. No que se refere à embalagem, já estamos tomando algumas medidas, mas ainda há muito para se fazer. Existe uma discussão interessante, na qual cada segmento que produz embalagem se defende, dizendo que seu processo é sustentável e não polui. O setor vidreiro e o de cartonagem empunham, com razão, fortemente essa bandeira. Toda a culpa do mundo recai, portanto, sobre o setor produtor de plástico, o qual não tem como defender-se, pois produz o tipo de embalagem que mais polui. Não podemos, no entanto, colocar toda a culpa nos fabricantes de plásticos, se o restante da cadeia também não trabalha para minimizar esse impacto. O setor plástico já vem buscando e usando alternativas sustentáveis, como o ecoplástico, um “plástico verde” derivado de vegetais, cujo tempo de degradação é infinitamente menor em relação aos derivados do petróleo. Por outro lado, é sabido também que alguns tipos de plástico podem ser reciclados e outros não, e que alguns plásticos emitem gases poluentes durante seu processo de fabricação e outros não. Com os poucos exemplos acima, já começamos a perceber que é possível colaborar com o processo de sustentabilidade. O governo também vem fazendo a sua parte, com a lei que criou a Política Nacional de Resíduos Sólidos. É claro que essa é uma lei que ainda precisa ser melhorada e lapidada, pois tem muitos pontos falhos. Mas, de certa forma, ela já obriga o setor a convergir para o caminho da sustentabilidade. Vale mencionar a política de logística reversa, na qual a responsabilidade, no que diz respeito à embalagem, é de toda a cadeia e não apenas do fabricante. Outra ação que une o útil ao agradável é a redução no peso nas embalagens, que permite aos fabricantes reduzir o peso sem descaracterizar ou prejudicar seu conteúdo. Com isso, a quantidade de embalagem por produto descartada no meio ambiente é menor, principalmente no caso dos plásticos não recicláveis. Nesse caso, unir o útil ao agradável significa que, juntamente com a redução de peso, vem de brinde uma obrigatória redução no custo da embalagem – o que incentiva sobremaneira os empresários. Esse é o tipo de ação que o mundo mais tem praticado e temos diversos exemplos no mercado cosmético. Outro ponto interessante é não comprar de um fornecedor que fique muito distante da fábrica. Além do valor do frete, que normalmente é embutido no preço da embalagem, existe também a poluição que é emitida durante o transporte: quanto maior a distância entre o fornecedor e a fábrica, maior será a quantidade de resíduos poluentes emitidos e que aumentam o efeito estufa. O uso do “monomaterial” nas embalagens também é uma ação que colabora com a preservação do meio ambiente, quando essa embalagem pode ser reciclada. Alguns exemplos do que chamamos de embalagem composta de monomaterial são: tampa (polipropileno), rótulo (polipropileno biorientado) e frasco (polipropileno). Como têm a mesma composição e são recicláveis, eles podem ser descartados juntos, sem necessidade de separação prévia. Também é de fundamental importância nesse processo o destino que as empresas fabricantes de cosméticos dão às suas embalagens com defeito; aos restos de produtos do processo de envase; às devoluções de produtos vencidos; e aos produtos envasados e contaminados. O correto é encaminhar esses itens às empresas especializadas e autorizadas pelos órgãos ambientais. É preciso, porém, verificar e essas empresas têm Certificado de Aprovação de Destinação de Resíduos Industriais (Cadri) – também conhecido como certificado de movimentação de resíduos de interesse ambiental – e se esse Cadri não está vencido, pois, embora a embalagem esteja sendo descartada por uma empresa especializada, a empresa de cosmético é co-responsável pela destinação desse item. Na verdade, as ações de sustentabilidade no que diz respeito às embalagens ainda são muito tímidas. No entanto, a conscientização, aliada à criatividade dos nossos técnicos, nos permitirá, em breve, dizer que fabricamos cosméticos para aumentar a autoestima das pessoas e que fazemos um mundo mais feliz de maneira sustentável.



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